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terça-feira, dezembro 23, 2008

Crise financeira explicada

Para muitos a crise foi uma surpresa, para outros já era algo esperado (afinal já fazia cinco anos que a Bovespa registrava aumentos recordes), mas se já é difícil explicar como funciona um sistema econômico estável o que dirá então de explicar o que está acontecendo nesta crise.

Foi exatamente para as pessoas que não estão entendendo nada que foi feito este vídeo e de sobra ajuda aqueles que estão entendendo um pouquinho a passarem a informação para as futuras gerações.
Nada como explicar uma teoria complexa de forma que uma criança entenda, este tipo de exercício muitas vezes nos deixa até com uma noção mais clara das coisas.


domingo, novembro 09, 2008

Mr. Doc

Está no meio mas antes tarde do que nunca, pelo menos o pessoal ainda tem a chance de aproveitar a Tenda Doc no campus da FCL em Araraquara.

Para mais informações sigam este link da página da prefeitura, e para ter acesso a algumas sinopses dos documentários que serão exibidos basta seguir para o blog Travessa Literária.


quinta-feira, agosto 14, 2008

Como fazer uma boa Story Line

Story Line é o resumo mais condensado que se faz de um filme (ou de uma história), algo como se você já tivesse um roteiro pronto e encontrasse o Steven Spielberg no elevador, o que você diria pra ele pra tentar vender a sua história?

"É o seguinte, é Romeu e Julieta só que dentro de um navio prestes a afundar", isso soa familiar?

Um bom Story Line é uma ferramenta de marketing poderosa, ainda mais nesses tempos de imediatismo.
Os produtores não querem perder tempo com toda uma explicação de como as coisas irão se desenrolar caso não gostarem da sua história logo de cara.

Mas será que você seria criativo o bastante pra analisar o "Mágico de Oz" dessa forma:

"Transported to a surreal landscape, a young girl kills the first woman she meets and then teams up with three complete strangers to kill again."
Rick Polito, Marin Independent Journal's TV listing for "The Wizard of Oz"

segunda-feira, agosto 11, 2008

Pequena grande arte


Arte de rua e intervencionista, mas isto não significa que a exposição deva ser grande, neste caso o belo está nas pequenas coisas.


Afinal de contas, no dia a dia, nossas "pequenas" atitudes podem fazer uma grande diferença.

Confira mais trabalhos deste artista londrino no blog "Little People".

sexta-feira, agosto 01, 2008

Sex Drive - trailer

Alguns filmes tem tudo para se tornarem clássicos...
Clássicos da Sessão da Tarde.

O virgem, o carrão, o valentão cruel, a garota e a estrada a ser cruzada mais a falta de nudez explícita (assim pelo menos dá pra passar de tarde).
Ah, e também possui cenas que tem tudo pra ficar na nossa memória fílmica, como um policial tentando render um "donnut" com uma arma de choque.




Estou fazendo um teste com o trailer da página da Apple, tentando colocar o tocador do Quicktime direto no post mas sem o "autoplay" automático, se o post sair errado peço desculpas desde já.
Para aqueles que quiserem ver o trailer numa resolução maior sigam o link:
Trailers de Sex Drive

PS: Para os pouquíssimos leitores que chegaram a assistir ao filme nacional "Nome Próprio": Vocês sacaram como dar um passo além naqueles efeitos de texto-flutuante-na-tela-a-medida-que-vai-sendo-digitado?

terça-feira, julho 29, 2008

Trailers de Watchmen


Watchmen, um dos melhores quadrinhos já feitos irá se tornar filme, já devo ter falado sobre isto em algum outro post.

Falta apenas quase mais um ano mas pelo menos agora já podemos ver o trailer.
A julgar pelo visual parece que não iremos nos arrepender, confira e veja se será tudo isso.

http://www.apple.com/trailers/wb/watchmen/index.html

segunda-feira, julho 28, 2008

"Nome próprio", ou o dia em que poderia ter assistido "Wall-E"

A maior lição que eu aprendi ao assistir ao longa "Nome próprio" foi nunca trocar uma animação da Pixar por um filme de pessoas em crise.

O filme tem vários defeitos e o primeiro deles foi que por ocasião de força maior fui assisti-lo no lugar de "Wall-E".
Outro defeito é a história em geral.

A direção segura e a atriz é ótima, mas tudo é colocado a perder por um personagem chato. Quase um vilão.
Fosse um personagem masculino tendo o mesmo tipo de atitude e o filme seria chamado de machista.
Camila, a personagem principal, pula de um relacionamento para outro sem aprender nada com eles.
Imagina-se que uma pessoa vivida tenha aprendido mais sobre a vida e as pessoas. Que alcance graus de comunicação, intimidade e entendimento maiores do que aqueles que tem medo de viver.
Mas no caso de Camila vivida não tem um bom sentido, significa apenas alguém que se atira sem pára-quedas nas situações, ou por falta de bom senso ou porque ela não liga a mínima, para as preocupações, pra a vida e nem para as pessoas.
Todas as relações da personagem foram uma fantasia, ela transava com a idéia que fazia dos caras não se preocupando em conhecê-los de verdade.

Alguém que se orgulha das cicatrizes que a vida lhe causou (e aqui já revelo uma das frases finais do filme) não deveria se comportar como um louco que segura uma faca e fica fazendo cortes em si mesmo.
As cicatrizes das quais ela fala não foram causadas pela vida mas sim por ela mesma.

Creio ter explicado em parte porque a personagem central é incoerente, porém uma personagem incoerente não significa uma obra incoerente.
Neste caso o maior defeito foi o de criarem uma personagem pela qual o público não torce.
Pra mim não fazia a menor diferença se Camila iria ficar com o ex-namorado, com o nerd leitor do blog, com o homem dos seus sonhos ou com a amiga lésbica. Também não fazia a menor diferença se ela iria conseguir pagar o aluguel ou não.
Isto parecia não ter a menor diferença pra ela então por que deveria fazer alguma diferença pra mim?
O que fez diferença pra mim foram os R$16,00 de ingresso que eu paguei.
Afinal de contas uma escritora que vomita no teclado não parece ter muito respeito nem pelos seus leitores, seu futuro ganha pão.

A direção (no que é possível separá-la do roteiro) teve um árduo trabalho, um deles foi o de mostrar um escritor em crise.
Seria de se esperar alguém esmurrando a parede, arrancando os cabelos, quebrando vasos e a mobília como se os escritores fossem todos perturbados mentais ao invés de profissionais que utilizam a escrita como meio de comunicação (Nunca dê um vaso de presente para um escritor, afinal ele irá quebrá-lo na primeira crise criativa).
O filme até começou assim, em um misto de crise criativa com final de namoro temos um cigarro apagado na parede, mas depois deste começo ruim a coisa melhorou.
Um grande mérito (seja de roteiro ou de direção não importa, foi uma boa idéia) se deve àquelas letras que ficam passando na tela e diluem um pouco a atenção que de outra forma seria dirigida para a personagem, que afinal não está fazendo grandes coisas além de pensar e digitar, nada com apelo visual.

Uma história com meio, meio e meio ao invés do clássico começo meio e fim.
Não me refiro apenas ao final em aberto, mas ao fato de que a história não progride, tanto faz se começassem o filme no início do namora fracassado ao invés de na briga da separação ou se terminassem no final do próximo namoro fracassado. Ou no meio de qualquer um dos namoros fracassados.
Para um pessoa que se joga nos relacionamentos sem realmente se relacionar, apenas contando com a sorte para encontrar algum dia na sua cama alguém que queira passar o resto da vida junto, tanto faz como tanto fez.

Acho que uma escolha de personagem principal muito mais acertada seria o primeiro ex-namorado de Camila, no começo do filme achei que o cara fosse um crápula mas ao longo do filme fui mudando de idéia, nós não chegamos a conhecê-lo muito bem, ele só aparece nos momentos de briga.
Porém fiquei imaginando, culpado ou inocente, que "Nome próprio" seria um filme muito mais interessante se mostrasse a história de um cara que tem sua vida infernizada pela louca da ex-namorada que tem um blog e resolve difamá-lo publicamente, prejudicando sua vida, seu emprego e suas futuras relações.
Como vilã talvez Camila tivesse mais "direitos" de agir sem ter razão.

domingo, julho 27, 2008

Procrastinar é: escrever um blog

Para os amantes das animações e das procrastinações.



Mas procrastinar é também uma arte, mas eu gostei de certos planos que transformam a procrastinação em planejamento. Como por exemplo a idéia de fazer um plano de saída e emergência para incêndios.
Você nunca sabe quando pode precisar de um e quando chegar a hora e você não tiver aí será tarde demais.
Criar jogos de computador com a sua mobília também me pareceu bem interessante, mas a utilidade disto ainda não está tão clara.

sábado, julho 26, 2008

Futuro da computação a curto prazo

Para acelerar o poder de processamento dos computadores muito tem sido pesquisado, miniaturização, novos materiais, e até mesmo substâncias biológicas sendo usadas para fins computacionais.

Mas hoje eu li um artigo no excelente blog Macmagazine (baseado no original do The Guardian) que mostra uma possibilidade bem real sobre os rumos da aceleração computacional a curto prazo.
Isso porque ao meu ver as mudanças aproveitam aquilo que os computadores já tem, que são as placas de vídeo e que ficam ociosas quando o usuário não está fazendo uso intenso de gráficos.

É claro que isso talvez envolva uma ou outra mudança no hardware e algumas mudanças na programação dos softwares, mas algo bem mais fácil e palpável de se fazer do que inventar uma tecnologia nova do zero.

Ainda vai chegar o dia em que qualquer computador de banca de esquina será capaz de editar vídeo em alta definição.

terça-feira, julho 22, 2008

M. Night Shyamalan vai dirigir Avatar


Sou um grande fã de Avatar e fiquei um pouco preocupado com o futuro lançamento deste filme.

Pra quem não conhece, Avatar é o melhor do que se pode esperar de um desenho hoje em dia.
Desenho de qualidade e valores elevados.
Tem muito adulto que deveria voltar a ser criança pra poder aprender alguma coisa com esse desenho.

Aí chega a notícia, Avatar vai virar filme.
Me assusto. É algo parecido a querer transformar em filme o desenho "Akira", outro clássico.
Pelo menos o Shyamalan me passa mais segurança que Leonardo Di Caprio.
Mas venhamos e convenhamos, como diretor M. Night Shyamalan manja do traçado mas como roteirista, de "O sexto sentido" pra cá, foi só decadência.

Ainda assim sou otimista, e se os criadores do desenho estão entusiasmados e mantendo uma relação próxima ao diretor acho que dá pra ficar mais tranqüilo.


Aviso aos que tem pouca banda, a duração do vídeo é de 10 min.

domingo, julho 20, 2008

Expectativa de vida dos roteiristas

Não devo ter sido o único da minha turma que sentiu um certo stress ao explicar para os pais a sua opção de carreira.
Ao invés de escolher carreiras mais "seguras" como engenharia, medicina ou direito nos deixamos levar pelos nossos sentimentos mais básicos e abandonamos a segurança para trilhar o caminho da descoberta da essência do que é ser humano. Fomos fazer um curso de audiovisual, no caso da minha turma, mais precisamente, o curso se chama Imagem e Som (mas é tudo a mesma m...*).

Pra complicar um pouco já não era minha primeira faculdade.
Pra complicar mais um pouco, meus amigos do colegial já estavam casando.
Alguns tendo filhos.
A independência financeira nem tchuns, só apareciam mesmo eram trabalhos não remunerados, estes não faltavam.
Ainda por cima temos que nos considerar como parte dos afortunados, pois afinal estávamos tendo a oportunidade de treinar o nosso ofício (mesmo sem receber) e estávamos batalhando pela nossa educação superior (este fator apenas nos coloca em posição privilegiada sobre a maioria da população).

Mas mesmo que venha a independência financeira e para alguns a fama, o sucesso e a fortuna, quando se trata de escrever roteiros você sempre pode se estrepar um pouco mais.

De acordo com um estudo de 2001 publicado no British Medical Journal, os roteiristas vivem menos.
Pelo menos quando se trata dos ganhadores do Oscar.
Os ganhadores mostraram ter uma expectativa de vida menor do que aqueles que foram "apenas" indicados.
Apesar de terem uma carreira mais longa e com mais filmes produzidos sua expectativa de vida era menor.

De acordo com outros estudos (não sei quais) sobre expectativa de vida o que ocorre em outras carreiras é justamente o contrário, quanto mais reconhecido, mais realizações e mais conquistas maior é a expectativa de vida.
Isto se dá tanto por motivos comportamentais quanto genéticos.
Nada mais normal e talvez até mesmo belo. Quanto mais sucesso, mais tempo para aproveitá-lo.

Talvez não seja nada mais normal também que os escritores e em especial os roteiristas, sendo uma das classes mais bem preparadas pra reconhecer as ironias da vida, sejam também uma grande vítima dela.

Pelo menos ainda é possível ter a pretensão de ser "apenas" um indicado e viver um pouco mais.

*maravilha

quinta-feira, julho 17, 2008

Artes plásticas geeks

Quem já passou por Mogi das Cruzes com certeza já teve contato com as obras do famoso artista plástico Lúcio Bittencourt.


Desde criança eu gostava dessas esculturas de sucata, eram objetos que além de agradar aos olhos possuíam uma combinação perfeita de qualidades: reciclagem, arte e ferramentas pesadas.

É aí que entram os geeks e levam a arte ao extremo, como essa escultura do líder Optimus de 250kg.
Fantástico para se ter em um canto da sala ou no quarto das crianças.

Imagino que em algum lugar ali exista também um abridor de tampinhas de garrafa, transformando esta escultura não só em objeto de decoração mas também em um utilitário.

Para quem quiser um desses vale uma visita ao site Robot-Models.com.

quarta-feira, julho 16, 2008

Estou de mudança, desculpem-me pelo transtorno


Caros leitores, peço desculpas por ter deixado a atualização do blog um pouco esquecida.

Estou em processo de mudança, não virtual, mudança física mesmo, estou saindo de São Paulo para embarcar em um novo emprego em outra cidade.
Não vou entrar em detalhes nem fornecer maiores informações antes de estar tudo acertado, digamos que o processo de transição já passou dos 80% e quando eu estiver realmente estabelecido publico mais informações (provavelmente no começo de agosto).

Por conta disso tive que fazer várias viagens e meu tempo de conexão ficou extremamente restrito, até a leitura de emails teve de ser reduzida, com um pouco de sorte eu conseguia responder aos mais urgentes e reservar uma ou outra palavrinha aos amigos explicando por onde eu andava e o porquê do meu sumiço.

Agora estou parcialmente de volta e vou tentar colocar o blog em andamento novamente, minha meta é chegar a publicar um post a cada dois dias, com um ou outro lapso no percurso até que a mudança se complete.
É claro que depois tenho o período de adaptação ao novo emprego, mas imagino que a medida em que eu for me adaptando o trabalho vai me dar ainda mais assunto para futuras publicações.

sábado, junho 21, 2008

Cortar a gordura

Quero recomendar um artigo muito bom do blog do John August sobre como diminuir o tamanho do seu roteiro.

Uma das primeiras coisas que se aprende em roteiro é a regra (extremamente maleável) de que uma página escrita corresponde a um minuto de filme.
Por isto roteiros longos, com mais de 120 páginas, são lidos com uma carga de preconceito.

No artigo John explica que é bom não alterar margens, fontes e espaçamento das linhas. Entregar algo diferente do padrão demonstra amadorismo.
Porém pequenas mudanças em linhas e palavras órfãs são permitidas, ajustando individualmente o espaço destas linhas.
Fora isso ele dá mais algumas dicas do que prestar atenção em seu roteiro para saber se tem coisas sobrando ou não.

sexta-feira, junho 20, 2008

Sucesso no cinema independente

Parece que não é só por aqui que não se ganha dinheiro com o cinema independente.

De acordo com este artigo de Penelope Spheeris, "Casamento Grego" (My Big Fat Greek Wedding) e "Pequena Miss Sunshine" (Litlle Miss Sunshine) são as exceções que confirmam a regra.

Acaba sendo que o cinema independente é feito por pessoas que gostam da arte e querem por a mão na massa.
Existe também a grande leva de estudantes, estagiários e iniciantes que aceitam trabalhar de graça ou por um salário de fome.
Apenas algumas categorias conseguem realmente viver de cinema, por exemplo, é muito difícil achar algum eletricista que tope trabalhar de graça.
Agora, o que eu achei interessante é que mesmo nos Estados Unidos onde a indústria do cinema funciona de verdade a coisa não melhora muito pro cinema independente.


Pra quem estiver interessado em conferir mais artigos e respostas à dúvidas sobre direção, fotografia e roteiro vale uma visita nos arquivos de Ask a Filmmaker, no IMDB.

quarta-feira, junho 11, 2008

Celebridades da Web - Weezer, Pork and Beans

A sensação de assistir ao clip é mais ou menos a mesma que a gente tem quando vê uma daquelas listas sobre desenhos (e cultura pop) dos anos 80.

As imagens da cultura pop dos anos 80 cavaram seu espaço a duras penas, marcaram uma geração e se tornaram clássicas, enquanto as imagens de celebridades da internet gozam de um status muito mais efêmero, mesmo assim algumas conseguem adentrar tanto no consciente coletivo que acabam criando assim outro tipo de clássico.
Um sentimento de familiaridade, a graça resgatada dos originais (que já eram bons) com o novo frescor de uma boa adaptação que também é uma homenagem.


Assista o clip: Weezer, Pork and Beans.

Mas para quem quiser se aprofundar existe esta matéria da revista Wired com o diretor Mathew Cullen.

Na mesma linha da sátira/homenagem bem feita tem também esta animação muito boa: Internet People.




E pra finalizar, este vídeo que é o exemplo da perseverança, da garra, da vontade de continuar por mais difícil que seja a situação: o afro ninja.

sexta-feira, maio 30, 2008

Frase - Indiana Jones e o reino da caveira...

Melhor frase crítica sobre o filme Indiana Jones e o reino da caveira de cristal:

"Harrison Ford fez um trabalho admirável considerando que sua idade está próxima da dos artefatos que ele vem recolhendo" - Ken Levine

Eu achava que o cálice sagrado iria protegê-lo do envelhecimento, parece que não, mas pelo menos ele sobreviveu a uma explosão atômica e uma queda de catarata (sem barril).

quinta-feira, maio 29, 2008

10 roteiristas pra se ficar de olho - em 2007

Tá, a lista já é um pouco velha mas eu a descobri a pouco tempo neste blog.

Trata-se de uma lista da revista Variety, sobre os 10 roteiristas pra se ficar de olho em 2007.
Esta lista também faz parte de um conjunto de listas onde também se encontram os 10 diretores, cinegrafistas, atores e mais algumas categorias.
A julgar pela data a lista de 2008 deve estar para sair então ainda dá tempo de rever a do ano passado.

terça-feira, maio 27, 2008

Teste vocacional - arqueologia

As vezes o mundo do cinema parece tão injusto quanto a vida.
Na vida ainda temos o Carma, políticos e a ganância humana mas o cinema não tem boas desculpas para tamanha desigualdade social.

Peguemos as profissões por exemplo, algumas profissões estão muito melhor representadas do que outras.
Imagino que não seja por falta de imaginação dos roteiristas (tenho que defender o talento deste grupo de classe).
Com certeza também não é pela falta de apelo imagético que certas profissões possam ter, pois mesmo em tempos de super exposição de efeitos especiais algumas profissões muito chatas à primeira vista acabam se sobressaindo mais do que outras, basta olhar a quantidade de exemplos fornecidos pelo ótimo programa "Trabalho Sujo" da Discovery (Dirty Jobs - este também está naquela categoria de programas honestos da qual Mythbusters faz parte) e a quantidade muito maior de filmes de advogados.


Recentemente assisti ao novo filme do Indiana Jones e me ocorreu que os arqueólogos estão muito bem representados no quesito beleza pessoal.
Com tipos como Harrison Ford e Angelina Jolie para representá-los fica claro que não é qualquer um que pode se tornar um arqueólogo, a beleza é algo essencial.
Que eu saiba nunca conheci um arqueólogo pessoalmente e a grande maioria dos amigos que conheço não passariam no teste de admissão que com certeza deve envolver currículo com foto de corpo e rosto.
Aliás isto poderia explicar uma possível falta de arqueólogos por aí, as agências de modelos chegam até eles e os seduzem com promessas de uma vida mais glamurosa.
Se você ao andar na rua não chama a atenção e nem provoca admiração por onde passa nem pense em se tornar um arqueólogo.

domingo, maio 25, 2008

House M.D. e a verdade dos fatos


Você já parou pra se perguntar se perguntar se tudo aquilo que se vê na série "House" é mesmo possível?
Lembro que lá pela segunda ou terceira temporada tiveram vários episódios em seqüência nos quais os principais testes era se fazer punção lombar e ressonância magnética, então me peguei pensando, "impossível que para sintomas tão diferentes o teste de diagnóstico seja sempre o mesmo."
Apesar da fórmula "punção lombar e ressonância magnética" ser usada com mais moderação hoje em dia ainda assim o absurdo e a falta de familiaridade de determinadas situações saltam aos olhos, e para os mais curiosos resta a dúvida, o que é verdadeiro em um episódio de "House"?

Em se tratando de indústria do entretenimento vale aquela velha máxima de que não se pode acreditar em tudo aquilo que se vê, mas não é por que o drama é mais importante que o compromisso com a verdade que ela pode ser totalmente descartada.
Isto vale ainda mais para os bons programas, aqueles que tem profissionais sérios (mesmo em se tratando de comédia), ou para aquela categoria de reality shows honestos (a minoria, "Mythbusters" por exemplo faz parte dela).

Então deixo com vocês mais alguns daqueles textos longos e em inglês mas que valem a pena.
Primeiro uma entrevista com a Dr. Lisa Sanders, consultora em medicina na série.
A Dr. Sanders possui uma coluna no New York Times na qual escreve sobre casos médicos pouco comuns.

Tem também uma entrevista com o Dr. Scott Morrison que escreve um site no qual escreve análises sobre os casos médicos dos episódios, repletos de links para explicações reais sobre as doenças mencionadas.
Considero esse site um verdadeiro achado, fazia tempo que eu queria encontrar algo parecido.
Agora você (e eu também) já tem como se situar quando se sentir perdido com as explicações e reviravoltas médicas dos episódios.

sábado, maio 24, 2008

Por onde anda o Jonas?

É sempre uma grande satisfação quando o Jonas acaba algum trabalho.
Também é uma grande surpresa quando seus emails não contém informações sobre sexo bizarro (lembro de um com golfinhos que causou muitos traumas no grupo de emails da turma de Imagem e Som).


Mas desta vez a coisa é séria.
Ele esteve envolvido com a turma da Birdo animando um clipe para a banda Voicst, dirigido por Fons Schiedon.


VOICST Feel Like A Rocket (HD) from Fons Schiedon on Vimeo.

Para quem quiser mais informações de "making of" vale a visita na página do projeto.

sexta-feira, maio 23, 2008

Venda de comerciais nas redes

Achei um artigo interessante que explica como acontece a venda de espaço publicitário nos canais dos Estados Unidos.

Algo chamado de "upfront".
Pelo que entendi é um grande evento onde as redes de televisão convidam os anunciantes e mostram qual será sua grade de programação para o próximo outono (meio do segundo semestre no hemisfério norte), oferecendo pacotes e vários tipos de descontos para o anunciante que comprar o espaço com antecedência.
No artigo diz que 90% do espaço publicitário destas programações é negociado no "upfront" e o espaço restante pode cair de preço, caso o seriado não tenha retorno de audiência, ou subir caso faça muito sucesso.

Não que este modelo de vendas seja algo ideal e a chance de mudanças é grande numa mídia que está se transformando e se preparando para assimilar o impacto de outros veículos, como internet ou programação por telefones celulares.
Mesmo as redes de canais por cabo norte americanos preferem uma reunião entre executivos para a venda do seu espaço publicitário, algo muito mais formal e talvez até mais eficiente.

Mas para aqueles que se interessam em saber mais sobre o processo de produção dos seriados também é bom dar uma olhada, nem que seja de relance, na forma como as redes lucram com eles.

quarta-feira, maio 07, 2008

John August - Scene Challenge

Um torneio relâmpago para os roteiristas de plantão, assim é o Scene Challenge (já em sua terceira edição) montado no blog do John August.

O desafio da vez é escrever uma cena tendo um especialista no mercado financeiro explicando para um leigo o que são derivativos.

Já deu pra ter uma idéia da complexidade?

A primeira coisa que me veio a mente foram as metáforas de House para os casos médicos, como a maioria daquelas doenças exóticas não fazem sentido para o espectador comum os médicos passam um tempo mínimo descrevendo sintomas e reações corporais e muito mais tempo criando metáforas a respeito do que está acontecendo no corpo do paciente.

A data para o término do torneio relâmpago é 08 de maio às 8 horas PST, que se não me engano é às onze da manhã por aqui.

sexta-feira, maio 02, 2008

Star Wars com abertura de Saul Bass

Resgatando um artigo antigo, sobre as aberturas dos filmes, apresento a vocês um exemplo de como seria a abertura de Star Wars se fosse feita por Saul Bass.



Agradeço ao Wilson por ter me mostrado o vídeo.

quinta-feira, maio 01, 2008

Trailer - Homem de ferro

Parece que agora é definitivo, finalmente a Paramount vai adaptar o trailer de "Iron Man" para um longa metragem.


Wildly Popular 'Iron Man' Trailer To Be Adapted Into Full-Length Film

Este informativo foi trazido até você por The Onion News Network.

terça-feira, abril 29, 2008

Minha razão para uma possível parada nas postagens

Enquanto alguns param por motivos mais nobres, a verdade é que eu venho experimentando um comportamento estranho no meu computador.
Este comportamento afeta a conexão e não me permite ficar muito tempo conectado, o que no final atrapalha quase tudo que faço, já que estou usando uns 80% do meu tempo pra estudar pela internet.

quinta-feira, abril 24, 2008

Semana da Terra - programas verdes

Esta semana eu recuperei a mina fé na humanidade.
Realmente existem pessoas por aí se preocupando com o futuro do planeta (e por conseqüência com o futuro da nossa espécie), com a qualidade de vida, e como podemos fazer pra manter o padrão de conforto moderno sem que para isso seja preciso destruir o mundo, às vezes até mesmo recuperando e consertando estragos já feitos.
Dentro da idéia de "padrão de conforto moderno" eu aproveito para inserir a programação de tv de qualidade e nesta semana não há do que reclamar.

Três canais estão com programação especial para a comemoração da semana da Terra *, Discovery Channel, National Geographic e The History Channel.
"Maravilhas Modernas" no History Channel, "Eco-Tech" (entre outros) no Discovery e "Planeta Mecânico" (entre outros) no National Geographic.
Uma semana transbordando assuntos ecológicos, tecnologia sustentável e ciência aplicada à qualidade de vida, é muito bom ver isso ao invés dos rios de dinheiro investidos em tecnologia bélica.

Esta semana dá pra acreditar que a humanidade tem jeito.
Os assuntos mostrados incluem: Combustíveis renováveis, energia eólica, solar e geotérmica, força das marés, arquitetura verde (construções que aproveitam ao máximo a luz, a conservação e a troca de calor com o meio pra economizar energia), bactérias (ou seriam vírus) que comem materiais radioativos e limpam locais contaminados, construções de proteção contra desastres naturais, velhas e novas tecnologias de reciclagem.


Para um desses programas eu quero fazer um destaque especial, "Planeta Mecânico" (as fotos deste artigo são todas deste programa), uma mistura de "Mythbusters" com Greenpeace.
O programa é apresentado por dois caras, Dick Strawbridge e Jem Stansfield, engenheiros no sentido mais filosófico do termo, que é o de possuir engenhosidade e usá-la para facilitar a vida.
Eles são confrontados com desafios da vida moderna e tentam resolvê-los com engenhocas verdes, algo que cause o mínimo de impacto ambiental possível.
Para isso eles construíram uma base de operações móvel, que é uma oficina construída na traseira de um antigo veículo de transportar cavalos, agora movido a biodiesel. Para terem energia suficiente para tornar a oficina auto-suficiente eles adaptaram um catavento (energia eólica) e células fotovoltáicas (energia solar) no teto, gerando assim sua própria energia, chegando até mesmo a ter uma cafeteira lá dentro, afinal de contas, café e idéias geeks andam de mãos dadas.

Só pra se ter uma idéia do desafio, no primeiro programa eles entraram em contato com o dono de uma lanchonete que gostaria de implantar um sistema de entrega de comida para o estabelecimento, mas usando um veículo ecológico, que causasse o mínimo de impacto.
A solução foi uma moto movida a ar.


A autonomia da motinho não era lá essas coisas apenas o suficiente para uma entrega, depois era necessário recarregar os tanques (um processo rápido de dois ou três minutos) mas como a cidade era pequena, cheia de ruas apertadas e congestionadas a solução serviu como uma luva.
No segundo programa eles visitaram uma fazenda com vários tratores que consumiam muito diesel e conheceram uma máquina secadora de milho que conseguia consumir ainda mais do que os tratores.
A primeira idéia foi aproveitar a grande produção de estrume de vaca para gerar biogás e com ele alimentar a secadora de milho. Logo viram que não teriam gás suficiente, mas que poderiam usar o gás pra movimentar uma prensa, com essa prensa eles fariam óleo de sementes que eram colhidas na própria fazenda e este óleo (menos nocivo que o diesel) é que iria alimentar a secadora de milho.
No final conseguiram produzir o biogás mas o motor da prensa (reutilizado de um cortador de grama) pifou, apenas por curiosidade eles utilizaram um balde de óleo de semente que conseguiram obter antes do motor pifar e constataram que a secadora poderia funcionar com ele.
O projeto não ficou completo por causa do motor pifado, este é o risco que se corre quando se faz um programa honesto, mas de qualquer forma foi provado que as partes individuais funcionavam e que com mais tempo e um pouco mais de estrutura poderiam sim fazer um sistema mais renovável.


Essa é a beleza disso que eu chamo de "programas honestos", mesmo quando as coisas não acabam como esperado, a postura ética desses realizadores lhes permitem acabar com um belo programa nas mãos.
"Mythbusters" é o campeão por excelência desta categoria, "Trabalho Sujo" (também da Discovery) está muito bem colocado e agora "Planeta Mecânico".


* O dia da Terra foi 22 de abril

terça-feira, abril 22, 2008

Roteirista freelancer em seriados

Este artigo tem dois pontos, um principal que é o assunto do artigo em si e outro secundário.

Começando pelo ponto secundário, sempre vale a pena detonar a campanha realizada pela Associação Brasileira de Televisão por Assinatura (ABTA) cujo principal slogan é o seguinte, "eu pago, eu escolho o que quero ver na minha tv por assinatura", sendo que esta frase é colocada na boca de um "fictício" consumidor.
À primeira vista parece mesmo muita sacanagem, você, trabalhador honesto que passa o dia ralando pra ganhar o seu suado dinheirinho não poder escolher o que quer ver na sua tv por assinatura.
Então é hora de acordar, você não tem, não teve e nem vai ter o direito de escolher o que quer ver na sua tv por assinatura.
Quem escolhe são as grandes empresas, os conglomerados de mídia, os executivos por trás dos canais, nunca o consumidor.
E quando se trata de tv por assinatura tenho a vaga sensação de que as cabeças principais não estão nem no Brasil.


Pronto, desabafo feito é melhor voltar ao ponto principal.
Há um tempo atrás estava conversando com uma amiga sobre a nova leva de seriados e de como "Moonlight" (da Warner) parecia um lixo, comentei então sobre "Bood Ties", uma série canadense que estava sendo muito bem criticada.
Nunca fui muito fã de "Buffy", mas adoro histórias com vampiros.
É que em "Buffy" eles morriam fácil demais, tinham que ter cuidado até pra palitar os dentes porque afinal de contas um palito de dentes não deixa de ser uma estaca de madeira, só que muito pequena.
De qualquer forma, os vampiros estão aí e o público também, pra quem souber contar as histórias direito.

Ainda não tive a oportunidade de assistir à "Blood Ties" (e se for depender dos grandes conglomerados que controlam a programação da minha tv por assinatura nunca vou assistir, pelo menos não na televisão) mas foi lendo sobre esta série que eu encontrei um dos relatos mais completos da experiência de um roteirista de séries freelancer.
A produção é canadense mas a experiência me pareceu bem próxima daquilo que eu leio sobre roteiristas freelancers nos EUA.

No caso a pessoa em questão não era apenas um roteirista, era Tanya Huff, escritora dos "Blood Books" os livros que foram a inspiração para o seriado.
Um belo dia, Peter Mohan, o criador da série a convida para escrever um episódio e Tanya aceita.
Mesmo sendo a escritora dos livros que deram origem à série, Tanya ainda era uma roteirista de primeira viagem, talvez por isto seu relato possua tanto frescor e de certa forma seja até didático, mostrando aos interessados um pouco da via sacra por que passa um roteiro, desde a primeira idéia, ao brainstorming na sala de roteiristas (o famoso writersroom), às várias notas que o roteirista recebe e o processo de reescrever e reescrever.

Se prepare para várias páginas de leitura, mas pra quem gosta de roteiros, seriados e/ou se interessa em saber como eles são feitos vale muito a pena.
- Parte um
- Parte dois
- Parte três
- Parte quatro e considerações finais

segunda-feira, abril 21, 2008

Roteirista produtivo

Vi este exercício sobre produtividade e achei ótimo para os roteiristas de plantão.

Quando você tem uma tarefa chata mas que tem que ser feita crie um alter-ego, imagine que tipo de pessoa teria a personalidade certa para adorar fazer a tarefa em questão.
Aí tente entrar no personagem e cumprir a obrigação.
São dois coelhos com uma cajadada, você para de procrastinar e de quebra vai inventando novos personagens e experimentando com eles pra futuros projetos.

Outro exercício seria nomear um mau hábito e enumerar quais os passos que te levam a realizá-lo. Serve pra pessoas reais ou pra personagens e fica engraçado se você for criando razões boas, em princípio, que resultariam num resultado ruim.
Por exemplo falta de pontualidade pode ser gerada se a pessoa acreditar demais que não dará nada errado com o transporte público.

domingo, abril 20, 2008

Carreira de roteirista em Hollywood

Para quem se interessa em saber como é a vida de um roteirista em Hollywood mas nunca teve a quem perguntar, Chad Gervich responde às perguntas de um estudante da nona série.

Pessimista demais? Promissora na medida em que a satisfação compensa os riscos?
O que mais me chocou foi ele dizer que se você tem um mínimo de talento para outra coisa, faça outra coisa.
Roteiristas são famosos por serem introspectivos, por se autodepreciarem e pela falta de habilidades sociais, mas este tipo de opinião me parece mais a opinião de alguém que tenta afastar a concorrência daqueles que querem entrar neste mercado.

Escrever é difícil sim.
Mas qualquer um que já assistiu "Trabalho Sujo" sabe que existem coisas piores por aí.

sexta-feira, abril 18, 2008

Pingüins voadores

Antigamente não se podia acreditar muito no que se lia.
Hoje já não se pode acreditar nem no que se vê.




E para quem gosta de desvendar os mistérios da produção, segue-se o "making of" dos pingüins voadores.




Antes de assistir o "making of" fiquei pensando no pobrezinho do pingüim que jogaram em cima das folhagens.

É impressionante ver como os pingüins parecem reais, com certeza já chegamos em tal ponto da tecnologia de animação 3D que não é mais possível dizer se o que vemos é material vivo ou animado.
Essa situação pode permitir toda uma nova leva de teorias do cinema, até então várias delas se preocupavam com a representação do real, qual a linguagem cinematográfica que mostraria mais o real ou evidenciaria que o cinema constrói uma realidade (opacidade x transparência, corte seco x jump cut), até em atuação dizem do ator que capta a realidade do personagem.
Minha tendência sempre foi pensar que no cinema (e talvez em qualquer tipo de arte) não existe realidade, podem existir fragmentos, nuances, mas no final sempre existe um recorte ali, a visão de alguém. E se este alguém diz que não quer passar visão nenhuma ou é por que está mentindo ou então ignora a própria visão que está passando aos outros.
Dizer que uma certa linguagem cinematográfica está mais perto da realidade do que outra é a mesma coisa que dizer que um texto com vírgulas é mais real que outro sem, ou que o gerúndio aliena o espectador.
O que eu acho que importa no final das contas não é a forma ou linguagem em separado, mas o conjunto da obra e a mensagem que ela passa.
Uma animação 3D pode nos tocar mais fundo e falar mais alto aos nossos sentimentos e à nossa realidade do que um filme com atores reais.


E o vídeo dos pingüins acabou virando pretexto para uma discussão sobre teoria, mas colocando o pé um pouco mais no chão, outra coisa que me chamou a atenção no "making of" além do profissionalismo da equipe e da qualidade da animação foram os pequenos cuidados no ator pra dar a impressão de que ele estava na neve, desde efeitos na roupa até no jeito dele andar.
Tem um momento em que ele até enfia o pé em um buraco de neve mais fofa, esses detalhes fazem muita diferença na nossa percepção.


Agora uma pequena dúvida em relação à fotografia, no momento em que ele olha para os pingüins voadores no céu, ele não está realmente protegendo os olhos da luz. Imagino que se ele fosse proteger os olhos de verdade ele teria que usar o outro braço e a sombra do braço (e da mão) no rosto iriam atrapalhar uma tomada tão bonita.
É, a fotografia, principalmente em cinema e televisão, é cheia desses truques, mostrando algo falso ou que a primeira vista desrespeitaria alguma regra de continuidade mas que no final serve pra deixar a gente ainda mais fascinado e inserido na ação.

Caímos novamente naquela questão do especialista que se torna melhor por conhecer as áreas paralelas à sua profissão, se o continuista e/ou o diretor fossem chatos o bastante poderiam optar por um plano "mais real" que acabaria tendo um efeito não tão bom sobre o espectador.

quinta-feira, abril 17, 2008

Pós-desprodução

Há pouco tempo Wilson, amigo e leitor do blog, levantou uma questão.
O que acontece com os cenários e toda aquela parafernália dos filmes depois que eles acabam de filmar?

Na época havíamos lido o blog do filme Watchmen.
Em um artigo o diretor do filme, Zack Snider, cita números do que foi usado pra construir uma mini Nova York em Vancouver, Canadá.


Antigamente os estúdios possuiam "backlots", que eram uma grande área aberta própria para se construir os grandes cenários de exteriores (e.g. uma rua em particular, uma cidade de faroeste, uma floresta). Creio que hoje só os grandes estúdios possuem estrutura para uma área aberta deste porte.
Muito mais comum é a gravação dentro de um estúdio, que seria um grande galpão fechado (inclusive com isolamento acústico) com toda a infra-estrutura necessária para se fazer uma filmagem. Alguns galpões são tão grandes que se precisarem de um trecho pequeno de uma rua ela pode até ser feita em estúdio, o que seria até mais econômico pois as condições estão todas controladas, não é preciso permissão de prefeitura nem de polícia/bombeiros e nem tem risco de chuva (a maioria das ruas de sitcoms são feitas em estúdios).

Mas o que acontece quando o backlot é montado longe do estúdio, as vezes em outra cidade, como foi o caso de Watchmen?
Não sei responder. Talvez quando estiver mais próximo da estrutura de produção industrial do cinema norte-americano eu entenda melhor o que acontece.
A minha impressão é que se a produção não for inteligente o bastante pra ganhar dinheiro vendendo o cenário ou reciclando eles simplesmente deixam tudo pra trás.

Em um post do blog do John August, ele reforça esta impressão.
Derek Frey, um assistente do Tim Burton, fez uma recente viagem para o Alabama e tirou fotos do que restou de alguns dos antigos sets de "Peixe Grande" (Big Fish).


Olhar para um cenário antigo e atacado pelo tempo me passa a sensação de olhar pra paisagens de ruínas, algo que já teve sua história, mas é preocupante pensar que no fundo esses cenários só estão lá devido a um desperdício, reciclagem gente, reciclagem.

quarta-feira, abril 16, 2008

Visão do conjunto faz um especialista melhor

É tão bom quando eu fico sabendo de profissionais de verdade que estudaram um pouco mais além de sua área de atuação.
Você percebe nesses profissionais que eles tem uma visão geral da coisa, adquirem um jogo de cintura maior pra resolver os imprevistos (pois sabem se antecipar aos pedidos dos outros departamentos), sabem se comunicar melhor com os outros membros da equipe e quando estão afim de esticar os limites da arte fazem isso com embasamento, não é apenas um devaneio fantasioso de alguém que joga uma idéia e espera que os outros a cumpram.

Estou me referindo aqui às áreas dentro do próprio audiovisual.
É certo que existem roteiristas que estudaram informática e arquitetos que se tornaram diretores, aliás, vários cursos que à primeira vista parecem que não tem nada a ver na verdade contribuem para o audiovisual, mas não estou falando disso.
Estou falando do roteirista que tem noção de direção, do diretor com noções de produção, do produtor que entende de roteiro e de fotografia.

Hoje no curso de Imagem e Som existem oito áreas: Roteiro, direção, edição, fotografia (de vídeo e cinema), hipermídia, som, produção e pesquisa.
Antigamente os alunos faziam todas as matérias e saiam entendendo um mínimo de tudo.
Atualmente existem introduções à estas áreas e no terceiro ano do curso o aluno só pode optar por duas das oito áreas. Esta opção é chamada de "ênfase" (no fundo no fundo é uma introdução alongada).
Na minha opinião o que aconteceu foi que os alunos deixaram de aprender as outras áreas (que são complementares à sua formação).
Como as "ênfases" não são tão aprofundadas assim o aluno não vira sequer um especialista.

O programa do curso passou por esta (suposta) especialização por forças do mercado.
Quando recém-formados quanto mais técnica a sua formação melhor, e muitos estudantes conseguiram se adaptar a isto.
Mas (e aí entra o meu exercício de futurologia) à medida que forem progredindo na carreira estes alunos "especialistas" precisarão conhecer as outras áreas e as matérias mais gerenciais, precisarão conversar mais com os outros departamentos e é neste momento que uma formação univesitária (plena, com visão do conjunto, tanto técnica quanto estética) irá valer a pena.
Isto sem levar em conta aquele fator importantíssimo, o técnico que tem conhecimento das outras áreas consegue conversar e entender melhor as exigências e necessidades dos vários departamentos, tornando-se um especialista ainda melhor.

Acredito que um curso que se proponha a formar um diretor deva dar ele não apenas uma introdução mas boas noções de:
- Roteiro
- Edição
- Fotografia
- Produção
- Direção de atores

Chega a ser ridículo então que uma universidade onde alguém faça uma "ênfase" de direção o aluno só possa estudar uma área a mais.

A mesma coisa vale para produção, no caso acima eu só trocaria direção de atores por som, este seria o meu programa para a formação de produtores.

Aí alguém me pergunta, mas o que um produtor deve saber de fotografia?
Respondo, ele não precisa saber fazer, mas precisa reconhecer o bom profissional, saber quais são os equipamentos e a logística de transporte, qual o tempo que se leva para montar e desmontar o equipamento, lendo a cena no roteiro e conversando com o diretor de fotografia deve saber qual seria o tempo razoável para fazer a tal cena. E por aí vai.
Seu trabalho continua sendo o de produzir, mas quanto mais souber, melhor será a produção.

Atualização (16/04/2008): Acabei de ler um post que propõe e responde (pelo menos em parte) outra questão relacionada a este assunto.
Quanto de tecnologia um diretor precisa conhecer?
Se você for James Cameron acho que quanto mais melhor, porém isso só é válido levando em conta a percepção do espectador.

segunda-feira, abril 14, 2008

Operadores de Steadicam e seus planos

A dica da vez é o site Steadishot.org.

Eu ainda preciso explorar mais este site, é o tipo da coisa que promete consumir muito minha taxa de downloads mas tem tudo pra valer a pena.

Steadicam é uma marca registrada que virou sinônimo de "aparelho estabilizador de câmera", assim como Gillete virou sinônimo de lâmina de barbear.
O operador de Steadicam é um tipo especial de operador de câmera, sua atenção tem que ser redobrada em relação ao enquadramento, ao seu próprio equilíbrio (enquanto caminha e opera o equipamento) e à sua posição em relação aos atores.

A posição do operador de steadicam em relação aos atores é tão importante nestes tipos de planos que atores e operador chegam a formar uma dança. Onde a posição de cada participante afeta o parceiro, existem marcas a serem respeitadas mas também pode haver improvisação, o erro individual prejudica o conjunto mas quando tudo dá certo a qualidade do conjunto é muito maior do que a soma das qualidades individuais.

E no Steadicam.org somos apresentados a vários operadores, trechos de filmagem e ainda comentários a respeito destes planos, as vezes escritos pelos próprios operadores.
Os vídeos disponíveis, com os planos onde o steadicam foi utilizado, são um recurso valioso pra estudantes e amantes do cinema, profissionais do ramo e curiosos em geral.

É interessante imaginar como deve ser difícil dirigir algumas destas cenas, tudo tem que estar muito bem ensaiado, mas creio que muito mais difícil é explorar o uso do steadicam para que contribua muito mais para a mensagem que se quer passar do que se fosse utilizado uma câmera fixa (ou movimentos mais simples).
A arte está em criar novos significados, novas sensações, e não deixar que o equipamento seja utilizado apenas como pirotecnia estética.

Um ótimo exemplo é aquela cena de "Shaun of the Dead".
Shaun caminha batendo nos zumbis com um taco de cricket, a caminhada é bem fluida, mas em termos de produção atores e câmera devem estar em posições precisas, caso contrário as pancadas iriam parecer falsas e o próprio caminhar não iria parecer tão fluido (link pra a cena).

E só para variar, faço nota também de uma cena de abertura de um dos episódios de "Scrubs" ("My Student"), no qual os internos recebem seus primeiros estudantes de medicina.
Veja no site Steadicam.org para ler os comentários ou assistir com uma resolução melhor.
Abaixo está a mesma cena no YouTube só que com resolução bem pior (no final tem mais algumas cenas do episódio que não dizem respeito ao assunto).




A cena do jeito que está transmite muito bem a idéia de que o hospital é um lugar ao qual eles já estão acostumados.

quinta-feira, abril 10, 2008

Deve existir um meio termo...

Entre a vida de um estudante soterrado de informações, dúvidas e dívidas:






E a vida de bloggeiro:





Estes vídeos foram vistos no artigo dos melhores vídeos de 2007, segundo Tiago Dória.

PS: A muito tempo penso em publicar uma série de textos sobre as maiores invenções da humanidade, como mencionado no primeiro vídeo o quadro negro com certeza é uma delas.

quarta-feira, abril 09, 2008

Geeks, Star Wars e videogames

Desde "A vingança dos nerds" parece que os nerds e geeks nunca estiveram tão em alta.

O nerd do qual vou falar aqui é Ernest Cline, roteirista de "Fanboys".


Um filme sobre um grupo de amigos fãs da trilogia original de Star Wars.
Eles acabam descobrindo que um deles está com câncer, então decidem invadir o Skywalker Ranch e roubar uma cópia de "Episódio1 - A Ameaça Fantasma" para que possam assistí-la antes que o amigo morra.

Aliás, um pequeno parênteses, já era para este filme ter estreado porém a produtora "The Weinstein Company" gostaria de fazer algumas re-filmagens e tirar toda a história do câncer da trama, deixando assim só a parte de comédia. Diretores e fãs estão tentando preservar a versão do diretor, daí a confusão.

Enquanto a confusão com "Fanboys" caminha para um fim Ernest Cline já emplaca mais um roteiro. Ele acaba de vender um "spec script"* para um próximo filme, por enquanto chamado de "Thundercade".
É sobre um junkie do videogame já crescido e enfrentando crise de meia idade que descobre que um garoto quebrou seu antigo recorde dos tempos de adolescência, ele se junta a mais dois amigos decididos a recuperar seu lugar na história dos videogames e a ganhar o maior campeonato de videojogos do momento, o Thundercade.


Agora fico imaginando como seria se esse tipo de história tivesse alguma chance aqui no Brasil:
- Um viciado em videogames utiliza sua habilidade nos jogos pra derrotar moralmente o chefe do tráfico local (isso se o traficante não morrer no processo) e conseguir uma vida melhor
- Um grupo de fãs de Star Wars do sertão nordestino juntam forças para realizar seu grande sonho, uma réplica de Tatooine em pleno sertão, acabando por inventar uma "fazenda de água" que funciona de verdade e salvam o povo local que agora não sofrerá com a seca.


E para aqueles que estão pensando em quem seria aquela bela garota que posa junto com os nerds na foto acima, aqui vai uma foto mais fácil de identificar (para deleite e fetiche dos fãs):




*spec script = é quando o roteiro é vendido pronto, em oposição a "optioned script" que é quando o estúdio contrata o roteirista (para um projeto em desenvolvimento) e paga pelo direito de comprar o roteiro quando este estiver pronto, o estúdio decide depois se vale a pena produzir o filme mas já garantiu seu direito de comprar o roteiro.

terça-feira, abril 08, 2008

Retorno dos seriados nos EUA

Este artigo é só pra iniciar o assunto antes de um post mais completo falando da volta dos episódios de House M.D. no Universal Channel.

Como muitos sabem a greve dos roteiristas da WGA mudou a agenda desta temporada.
Algumas séries estão retornando agora em abril, já outras só irão retornar no outono (do emisfério norte).

Não me ligo muito no calendário dos EUA, normalmente eu espero* pra assistir quando passa por aqui mesmo, mas a título de informação deixo a dica dos dias de retorno de vários seriados.

E aqui está o recorte-e-cole:
March 24: “CSI: Miami,” CBS.
March 30: “Cold Case,” CBS.
April 2: “CSI: New York,” “Criminal Minds,” CBS.
April 3: “My Name Is Earl,” NBC, “CSI,” “Without a Trace,” CBS.
April 4: “Ghost Whisperer,” “Numbers,” CBS.
April 7: “Samantha Who?,” ABC.
April 8: “Boston Legal,” ABC, “NCIS,” CBS.
April 10: “The Office,” “30 Rock,” “Scrubs,” “ER,” NBC.
April 11: “Moonlight,” CBS.
April 13: “Desperate Housewives,” ABC.
April 14: “Rules of Engagement,” CBS, “One Tree Hill,” CW, “Bones,” Fox.
April 15: “Law & Order: SVU,” NBC.
April 16: “Til Death” and “Back to You,” Fox.
April 17: “Smallville,” CW.
April 20: “Brothers and Sisters,” ABC.
April 21: “Gossip Girl,” CW.
April 22: “Reaper,” CW.
April 23: “Law & Order,” NBC, “The Game,” CW
April 24: “Grey’s Anatomy,” “Ugly Betty,” ABC, “Supernatural,” CW.
April 28: “House,” Fox.


* Como um típico telespectador de tv por assinatura brasileira eu pago e fico a mercê da boa vontade dos programadores dos canais decidirem o que entra e o que não entra na programação. Toda esta história de que o consumidor paga pelo que quer assistir (e a campanha pesada sobre liberdade na tv por assinatura que estão veiculando) é uma balela. O consumidor não tem poder de escolha algum. Se for ver que a Globo (tv aberta) está exibindo as temporadas de Lost (em um pacote só) com um ano de atraso é ridículo constatar que algumas séries na tv por assinatura também passam com um ano de atraso (sim, Scrubs é uma delas e isso é imperdoável).
Isso pra não falar sobre boas séries não estadunidenses como algumas inglesas e canadenses que nem chegam a passar por aqui. Tentarei retomar este assunto em um próximo tópico.

domingo, abril 06, 2008

Quando parar de escrever

Tenho dificuldade em saber quando começar a escrever.
As vezes fico fazendo rascunhos, escrevendo personagens, situações soltas, pedaços de escaleta (uma espécie de esqueleto de roteiro) para só colocar as palavras no roteiro quando a idéia (cena ou diálogo) já está quase totalmente pronta.

Pessoalmente acho que enrolo demais, gostaria de fazer roteiro de uma forma mais parecida com o jeito que fazia dissertações de vestibular.
Primeiro eu descobria o tema, separava uns cinco pontos principais e os organizava em uma ordem crescente de importância e se possível também numa ordem dramática, imaginava um começo e um fim e depois ia apenas tentando manter a coesão e a coerência enquanto escrevia.
Bom ou ruim (geralmente bom né, tenho que vender meu peixe) tudo acabava em menos de uma hora e ainda tinha uma certa tolerância pra correções de última hora no momento de passar a limpo.

Interessante foi descobrir um dia desses que outra grande questão aflige os escritores, "quando parar de escrever?"
Já havia sentido isso mas foi no blog do Alex Epstein que vi esta preocupação escrita pela primeira vez. O pior é que ele escreveu seu artigo em referência a um outro no blog do Ken Levine, que é um blog que eu normalmente leio, mas tinha deixado esse assunto passar.

Gostei do método do Alex Epstein, que vai escrevendo até não ter muita noção de quando começa a escrever besteira, com a experiência ele já sabe que isso acontece lá pela página 12 (para ele né, pra mim as besteiras começam beeeem mais cedo).
Mas existem métodos mais físicos, como o caso do roteirista que ficava comendo grãos de café cobertos com chocolate a medida em que ia escrevendo, quando suas mãos começavam a tremer demais era a hora de parar.

Pessoalmente eu costumo ir fazendo pesquisas no browser a medida em que escrevo, uma aba para um dicionário, uma aba para o Google, outra para a Wikipédia, várias outras para a Wikipédia, mas quando o número de abas de pornografia supera o de pesquisas isso indica que já é uma boa hora de parar.

E quando chega realmente a hora de parar o que se faz?
Salva-se o arquivo, levanta-se e vai embora? Impulsivo demais.
Dizem que Hemingway costumava parar no meio de uma sentença.
É um método bem interessante, assim cria-se um gancho para a imaginação no dia seguinte, dá a impressão de que o trabalho já está meio começado.

quarta-feira, abril 02, 2008

Concurso de roteiros onde todos são ganhadores

Retomando o assunto sobre vencedores de um artigo anterior, lhes apresento Script Frenzy, um concurso de roteiros onde todos que completarem 100 páginas até o final de Abril serão considerados vencedores.

Vi esta dica no blog do John August e ele não tinha maiores informações mas deixou a aberta a oportunidade para alguém que tenha participado do evento contar suas experiências.

Movido pela curiosidade fui até o site e dei uma olhada por cima, o prazo inicial era 01/04 e acaba no final de abril, as inscrições estão abertas.
O objetivo é completar 100 páginas de roteiro em trinta dias (28 se começar a partir de hoje), todos que completarem o objetivo são considerados vencedores e receberão um certificado.
São aceitos roteiros em línguas diferentes do inglês, eles afirmam inclusive que os roteiros não são lidos, apenas fazem contagem automatizada (por meio de softwares) do número de páginas.
Isso permite que alguém envie 100 páginas contendo a mesma palavra, mas a graça da coisa é participar direito da brincadeira, tentar escrever de verdade as 100 páginas e saber que ao redor do mundo centenas (ou milhares?) de pessoas também estarão quebrando a cabeça pra finalizar suas histórias.
Para alguns essa energia coletiva pode ser um bom estímulo.

Eu por exemplo, tenho dois projetos de longa metragens e fico enrolando pra colocar no papel, quem sabe isso me ajude a acabar pelo menos um deles.

Atualização (03/04):
Mais informações sobre o Script Frenzy, desta vez no blog da Jane Espenson.
E uma dica importante para os interessados em roteiro, mesmo que não se interessem por participar do projeto, com certeza vale a pena uma visita pela seção de dicas do site, contém muita informação, de formatação a estruturas narrativas e até mesmo pinceladas em como se manter motivado.

segunda-feira, março 31, 2008

Making of Survivorman

Eu já havia comentado (resumidamente) sobre "Survivorman" antes e esperava uma outra oportunidade pra resgatar o assunto, como nesta terça (01/04) será o episódio de bastidores do programa esta parece ser a oportunidade perfeita.


Me tornei um fã de "Survivorman", é um programa que no fundo no fundo mostra pouca coisa (um homem, sozinho sete dias, tendo que sobreviver e filmar sua própria aventura) mas cumpre além do que promete, e para alguns episódios fico com a impressão de que uma hora de programa é até pouco para a imensa quantidade de material que eles poderiam mostrar.
Bem ao contrário de um outro programa da Discovery, "Sobrevivi", um programa de uma hora de duração que poderia dar um belo programa de quinze minutos se cortassem a enrolação. Fora o fato de tentarem dramatizar demais os casos reais de sobrevivência tornando-os mais melodramáticos que uma ficção.

Talvez o que mais me atraia em "Survivorman' é a honestidade, e este é um programa que me parece extremamente honesto.
Les Stroud (o apresentador) não está totalmente abandonado, tirando alguns momentos em que seu telefone de emergência fica sem sinal, ele está a apenas um telefonema de distância da equipe de produção, que (ao que parece) nunca fica tão distante assim, mas isto não significa que não existem perigos, como quando ele abandonou o equipamento e foi andando até uma tribo próxima pra escapar de uma onça (a tribo estava perto, mas a onça estava mais).
Não é segredo que antes de um programa eles estudam o local e conversam com um matuto da região.
O que acontece é que ele fica mesmo é sozinho (em oposição a abandonado), tendo que se virar pra construir abrigos, achar comida e operar o equipamento de vídeo enquanto tenta sobreviver, e uma das coisas que eu acho mais legal é o lado "mythbuster" do programa, ele usa o que tem à mão pra construir itens de sobrevivência, desde despedaçar um snowmobile, tirar cabos e gasolina de um avião caído e até quebrar uma das próprias câmeras utilizadas pra gravar o programa.

O outro programa de sobrevivência, "À prova de tudo", sofreu críticas de que era um programa enganoso, que na verdade Bear Grills recebia ajuda da equipe, por isso quando começou a ser passado aqui já mostravam a cartela no começo dizendo que ele poderia receber ajuda da produção.
Nos programas da segunda temporada em várias ocasiões Bear apresenta coisas que foram colocadas pela produção em seu caminho, seja uma cobra ou uma carcaça de camelo. Acho inclusive que o programa ganhou qualidade com este tipo de honestidade, assim mais energia é gasta pensando em quais técnicas eles podem mostrar ao espectador ao invés de gastar energia desenvolvendo uma linguagem audiovisual (atuação, edição, narração, etc.) que tenta passar espontaneidade em torno de uma situação construída artificialmente.

Dentro desta perspectiva da honestidade nada é mais natural que fazer um episódio de bastidores, mostrando o que acontece por trás das câmeras, o famoso "making of".
Vale dizer que eu adoro "making of's", sejam extras de DVD's, programas que mostram efeitos especiais de cinema ou mesmo esses programas que mostram como as coisas são feitas. Acho que isso vem da minha curiosidade natural sobre as coisas e saber como elas funcionam.
Um bom "making of" é uma arte, não basta apenas mostrar como algo acontece, exige a mistura perfeita entre mostrar informação e entreter, e isto no fundo é a essência de uma boa televisão (faltando apenas o lado cultural pra completar o tripé: cultura, informação e entretenimento).

Mas não quero criar aqui uma expectativa exagerada, mas novamente para "Survivorman", uma hora é pouco tendo em vista tudo que eles poderiam mostrar, a pesquisa da locação, a pesquisa das pessoas, a logística em torno desses sete dias em que Les Stroud fica sozinho, a pós-produção do material.
O melhor mesmo é pensar como sendo um episódio que vai dar pinceladas sobre como funciona o processo de fazer um programa sobre um cara que fica sete dias sobrevivendo sozinho e utilizando aquilo que está a seu alcance pra isso.
Mas se eu fosse o diretor deste episódio com certeza iria optar pela versão "quanto mais mostrarmos melhor".


Agora um link pra quem gosta dessas coisas de sobrevivência, um manual básico da National Geographic: Adventurer's Handbook.

E um artigo do How Stuff Works (em português) sobre como construir um abrigo, com breves pinceladas nos shows "Survivorman" e "À prova de tudo".

sábado, março 29, 2008

American Idol loser song - Rob Paravonian

Realmente, é um fato da vida:
Para cada vencedor existe uma centena de perdedores.
Exatamente por isto acho tão errado ficar incentivando esta cultura que prega que devemos ser os melhores naquilo que fazemos. Que devemos tentar vencer sempre.
Isto só gera frustração e uma sociedade desvirtuada, pois assim nos afastamos do processo das coisas e buscamos apenas os louros da vitória.

Não que devemos nos acomodar, mas que vencer não é um objetivo válido, a busca da satisfação pessoal poderia estar mais ligada a um crescimento interno do que a um reconhecimento externo.

Na verdade todos somos perdedores, pelo menos até que se prove o contrário.
Vencer é a exceção.

Agora voltando ao American Idol, uma música que eu gostaria de ouvir neste show seria esta brilhante (e desafinada) composição de Rob Paravonian.

sexta-feira, março 28, 2008

American Idol

Tem algo de errado na televisão.
Dá pra perceber que a coisa é séria quando você começa a torcer para os concorrentes de American Idol.
Calma gente, continuo achando um lixo os Big Brothers da vida, e pra falar a verdade não conseguia assistir a American Idol também, principalmente no início das temporadas onde os jurados maltratam os desafinados.
Acho isso de uma falta de humanidade terrível, humilhar publicamente essas pessoas.
Fora o fato de que esses candidatos com certeza devem ter poucos amigos, caso contrário seus próprios amigos já teriam lhes dito que cantam mal.

Então não sei se fui eu ou se essa temporada está mesmo melhor, acabei vendo boas interpretações e alguns candidatos simpáticos.
Estou torcendo para mais de um mas já tenho um preferido, David Cook.
Na verdade o que eu acho mais simpático é o Chikezie, mas o David tem mostrado uma qualidade constante o que já não se pode dizer dos outros candidatos.
Legal também é que ele nos mostra que qualquer baladinha pode ser muito mais interessante se virar rock pesado.

Selecionei algumas apresentações do David Cook pra vocês conferirem.

Billie Jean





Eleanor Rigby - Beatles





Esta próxima apresentação eu perdi quando passou na tevê mas conferindo no YouTube dá pra ver que o cara detona, hehe.

So Happy Together




E esta apresentação aqui foi a que me fez prestar atenção no David.

Hello - Lionel Ritche





Lionel Ritchie me faz lembrar de cenas engraçadas, é a trilha do amante sofredor por excelência, como naquela cena de Friends em que o Chandler sofre pela separação de um namoro e faz dueto com a Phoebe. Vale a pena rever.


Obs: Por questões de copyright estes vídeos não param muito tempo no YouTube, caso não estejam mais disponíveis vale uma visita ao YouTube mesmo para ver outras versões.

terça-feira, março 11, 2008

O jovem Vargas


Estive pensando sobre o assunto paralelo dos comentários do último artigo. Sobre as pin-ups e Alberto Vargas.
Porque será que as pin-ups são retratadas quase sempre em um fundo inexpressivo? Será que antigamente os artistas tentavam colocar grandes cenários atrás mas ninguém dava bola, focando a atenção apenas nas modelos em primeiro plano? Será que os artistas que desenhavam estas pin-ups seriam tão conformistas assim, pensando, já que ninguém liga pro cenário vou parar de desenhá-lo de vez.

Imaginei como teria sido a história de vida do pobre Vargas, como ele deveria gostar genuinamente de arquiteturas e paisagens, mas o garoto era tão bom em retratar o corpo feminino que na primeira vez em que inseriu uma modelo semi-nua em frente a um chafariz, ninguém mais prestou atenção ao chafariz.
Isto foi se sucedendo com sobrados, florestas e interiores.
Aos poucos Vargas foi apagando a chama de sua paixão e passou a se dedicar àquilo que era realmente bom, retratar mulheres em poses sensuais.
Não é que ele não gostasse de mulheres em poses sensuais, mas a partir daí ninguém mais ligou para seus outros trabalhos artísticos.


Fico pensando também em quantos amigos da Imagem e Som estão enfrentando o mesmo dilema, gostam de uma coisa mas são bons em outra.
Gostam muito de fotografia mas são bons em som, gostam de edição mas são bons em roteiro, gostariam de dirigir mas são bons em produção.
Isto pra ficar dentro da própria área, a coisa se complica muito mais quando o verdadeiro talento de alguém é (por exemplo) tratar de canal mas a pessoa quer por que quer ser um produtor audiovisual.


Alguns tem a sorte de descobrir logo aquilo em que são bons, outros nem tanto, principalmente depois que o curso parou de oferecer algumas disciplinas chaves (edição, roteiro, direção, fotografia, som, produção) para todos os alunos.
Mas descobrir qual é o seu verdadeiro talento não livra o estudante de outra grande questão, será que vale a pena deixar de lado aquilo que se gosta pra se dedicar àquilo que se faz bem, ou àquilo que tem mais demanda e que pode garantir um futuro.

As pin-ups estão aí, e são tão sedutoras que na verdade a gente nem liga pra quantos sonhos morreram, quantos ilustradores de paisagens e cenários desistiram de fazer o que gostavam para poder sobreviver e pagar as contas.

As ilustrações deste artigo são todas de Alberto Vargas, de cima para baixo: On the Road to Guanajuato; Bedroom Interior; The tower of London, 1937; Sweet Dreams.