Procurar assuntos relacionados

Custom Search

segunda-feira, março 31, 2008

Making of Survivorman

Eu já havia comentado (resumidamente) sobre "Survivorman" antes e esperava uma outra oportunidade pra resgatar o assunto, como nesta terça (01/04) será o episódio de bastidores do programa esta parece ser a oportunidade perfeita.


Me tornei um fã de "Survivorman", é um programa que no fundo no fundo mostra pouca coisa (um homem, sozinho sete dias, tendo que sobreviver e filmar sua própria aventura) mas cumpre além do que promete, e para alguns episódios fico com a impressão de que uma hora de programa é até pouco para a imensa quantidade de material que eles poderiam mostrar.
Bem ao contrário de um outro programa da Discovery, "Sobrevivi", um programa de uma hora de duração que poderia dar um belo programa de quinze minutos se cortassem a enrolação. Fora o fato de tentarem dramatizar demais os casos reais de sobrevivência tornando-os mais melodramáticos que uma ficção.

Talvez o que mais me atraia em "Survivorman' é a honestidade, e este é um programa que me parece extremamente honesto.
Les Stroud (o apresentador) não está totalmente abandonado, tirando alguns momentos em que seu telefone de emergência fica sem sinal, ele está a apenas um telefonema de distância da equipe de produção, que (ao que parece) nunca fica tão distante assim, mas isto não significa que não existem perigos, como quando ele abandonou o equipamento e foi andando até uma tribo próxima pra escapar de uma onça (a tribo estava perto, mas a onça estava mais).
Não é segredo que antes de um programa eles estudam o local e conversam com um matuto da região.
O que acontece é que ele fica mesmo é sozinho (em oposição a abandonado), tendo que se virar pra construir abrigos, achar comida e operar o equipamento de vídeo enquanto tenta sobreviver, e uma das coisas que eu acho mais legal é o lado "mythbuster" do programa, ele usa o que tem à mão pra construir itens de sobrevivência, desde despedaçar um snowmobile, tirar cabos e gasolina de um avião caído e até quebrar uma das próprias câmeras utilizadas pra gravar o programa.

O outro programa de sobrevivência, "À prova de tudo", sofreu críticas de que era um programa enganoso, que na verdade Bear Grills recebia ajuda da equipe, por isso quando começou a ser passado aqui já mostravam a cartela no começo dizendo que ele poderia receber ajuda da produção.
Nos programas da segunda temporada em várias ocasiões Bear apresenta coisas que foram colocadas pela produção em seu caminho, seja uma cobra ou uma carcaça de camelo. Acho inclusive que o programa ganhou qualidade com este tipo de honestidade, assim mais energia é gasta pensando em quais técnicas eles podem mostrar ao espectador ao invés de gastar energia desenvolvendo uma linguagem audiovisual (atuação, edição, narração, etc.) que tenta passar espontaneidade em torno de uma situação construída artificialmente.

Dentro desta perspectiva da honestidade nada é mais natural que fazer um episódio de bastidores, mostrando o que acontece por trás das câmeras, o famoso "making of".
Vale dizer que eu adoro "making of's", sejam extras de DVD's, programas que mostram efeitos especiais de cinema ou mesmo esses programas que mostram como as coisas são feitas. Acho que isso vem da minha curiosidade natural sobre as coisas e saber como elas funcionam.
Um bom "making of" é uma arte, não basta apenas mostrar como algo acontece, exige a mistura perfeita entre mostrar informação e entreter, e isto no fundo é a essência de uma boa televisão (faltando apenas o lado cultural pra completar o tripé: cultura, informação e entretenimento).

Mas não quero criar aqui uma expectativa exagerada, mas novamente para "Survivorman", uma hora é pouco tendo em vista tudo que eles poderiam mostrar, a pesquisa da locação, a pesquisa das pessoas, a logística em torno desses sete dias em que Les Stroud fica sozinho, a pós-produção do material.
O melhor mesmo é pensar como sendo um episódio que vai dar pinceladas sobre como funciona o processo de fazer um programa sobre um cara que fica sete dias sobrevivendo sozinho e utilizando aquilo que está a seu alcance pra isso.
Mas se eu fosse o diretor deste episódio com certeza iria optar pela versão "quanto mais mostrarmos melhor".


Agora um link pra quem gosta dessas coisas de sobrevivência, um manual básico da National Geographic: Adventurer's Handbook.

E um artigo do How Stuff Works (em português) sobre como construir um abrigo, com breves pinceladas nos shows "Survivorman" e "À prova de tudo".

sábado, março 29, 2008

American Idol loser song - Rob Paravonian

Realmente, é um fato da vida:
Para cada vencedor existe uma centena de perdedores.
Exatamente por isto acho tão errado ficar incentivando esta cultura que prega que devemos ser os melhores naquilo que fazemos. Que devemos tentar vencer sempre.
Isto só gera frustração e uma sociedade desvirtuada, pois assim nos afastamos do processo das coisas e buscamos apenas os louros da vitória.

Não que devemos nos acomodar, mas que vencer não é um objetivo válido, a busca da satisfação pessoal poderia estar mais ligada a um crescimento interno do que a um reconhecimento externo.

Na verdade todos somos perdedores, pelo menos até que se prove o contrário.
Vencer é a exceção.

Agora voltando ao American Idol, uma música que eu gostaria de ouvir neste show seria esta brilhante (e desafinada) composição de Rob Paravonian.

sexta-feira, março 28, 2008

American Idol

Tem algo de errado na televisão.
Dá pra perceber que a coisa é séria quando você começa a torcer para os concorrentes de American Idol.
Calma gente, continuo achando um lixo os Big Brothers da vida, e pra falar a verdade não conseguia assistir a American Idol também, principalmente no início das temporadas onde os jurados maltratam os desafinados.
Acho isso de uma falta de humanidade terrível, humilhar publicamente essas pessoas.
Fora o fato de que esses candidatos com certeza devem ter poucos amigos, caso contrário seus próprios amigos já teriam lhes dito que cantam mal.

Então não sei se fui eu ou se essa temporada está mesmo melhor, acabei vendo boas interpretações e alguns candidatos simpáticos.
Estou torcendo para mais de um mas já tenho um preferido, David Cook.
Na verdade o que eu acho mais simpático é o Chikezie, mas o David tem mostrado uma qualidade constante o que já não se pode dizer dos outros candidatos.
Legal também é que ele nos mostra que qualquer baladinha pode ser muito mais interessante se virar rock pesado.

Selecionei algumas apresentações do David Cook pra vocês conferirem.

Billie Jean





Eleanor Rigby - Beatles





Esta próxima apresentação eu perdi quando passou na tevê mas conferindo no YouTube dá pra ver que o cara detona, hehe.

So Happy Together




E esta apresentação aqui foi a que me fez prestar atenção no David.

Hello - Lionel Ritche





Lionel Ritchie me faz lembrar de cenas engraçadas, é a trilha do amante sofredor por excelência, como naquela cena de Friends em que o Chandler sofre pela separação de um namoro e faz dueto com a Phoebe. Vale a pena rever.


Obs: Por questões de copyright estes vídeos não param muito tempo no YouTube, caso não estejam mais disponíveis vale uma visita ao YouTube mesmo para ver outras versões.

terça-feira, março 11, 2008

O jovem Vargas


Estive pensando sobre o assunto paralelo dos comentários do último artigo. Sobre as pin-ups e Alberto Vargas.
Porque será que as pin-ups são retratadas quase sempre em um fundo inexpressivo? Será que antigamente os artistas tentavam colocar grandes cenários atrás mas ninguém dava bola, focando a atenção apenas nas modelos em primeiro plano? Será que os artistas que desenhavam estas pin-ups seriam tão conformistas assim, pensando, já que ninguém liga pro cenário vou parar de desenhá-lo de vez.

Imaginei como teria sido a história de vida do pobre Vargas, como ele deveria gostar genuinamente de arquiteturas e paisagens, mas o garoto era tão bom em retratar o corpo feminino que na primeira vez em que inseriu uma modelo semi-nua em frente a um chafariz, ninguém mais prestou atenção ao chafariz.
Isto foi se sucedendo com sobrados, florestas e interiores.
Aos poucos Vargas foi apagando a chama de sua paixão e passou a se dedicar àquilo que era realmente bom, retratar mulheres em poses sensuais.
Não é que ele não gostasse de mulheres em poses sensuais, mas a partir daí ninguém mais ligou para seus outros trabalhos artísticos.


Fico pensando também em quantos amigos da Imagem e Som estão enfrentando o mesmo dilema, gostam de uma coisa mas são bons em outra.
Gostam muito de fotografia mas são bons em som, gostam de edição mas são bons em roteiro, gostariam de dirigir mas são bons em produção.
Isto pra ficar dentro da própria área, a coisa se complica muito mais quando o verdadeiro talento de alguém é (por exemplo) tratar de canal mas a pessoa quer por que quer ser um produtor audiovisual.


Alguns tem a sorte de descobrir logo aquilo em que são bons, outros nem tanto, principalmente depois que o curso parou de oferecer algumas disciplinas chaves (edição, roteiro, direção, fotografia, som, produção) para todos os alunos.
Mas descobrir qual é o seu verdadeiro talento não livra o estudante de outra grande questão, será que vale a pena deixar de lado aquilo que se gosta pra se dedicar àquilo que se faz bem, ou àquilo que tem mais demanda e que pode garantir um futuro.

As pin-ups estão aí, e são tão sedutoras que na verdade a gente nem liga pra quantos sonhos morreram, quantos ilustradores de paisagens e cenários desistiram de fazer o que gostavam para poder sobreviver e pagar as contas.

As ilustrações deste artigo são todas de Alberto Vargas, de cima para baixo: On the Road to Guanajuato; Bedroom Interior; The tower of London, 1937; Sweet Dreams.