Story Line é o resumo mais condensado que se faz de um filme (ou de uma história), algo como se você já tivesse um roteiro pronto e encontrasse o Steven Spielberg no elevador, o que você diria pra ele pra tentar vender a sua história?
"É o seguinte, é Romeu e Julieta só que dentro de um navio prestes a afundar", isso soa familiar?
Um bom Story Line é uma ferramenta de marketing poderosa, ainda mais nesses tempos de imediatismo.
Os produtores não querem perder tempo com toda uma explicação de como as coisas irão se desenrolar caso não gostarem da sua história logo de cara.
Mas será que você seria criativo o bastante pra analisar o "Mágico de Oz" dessa forma:
"Transported to a surreal landscape, a young girl kills the first woman she meets and then teams up with three complete strangers to kill again."
Rick Polito, Marin Independent Journal's TV listing for "The Wizard of Oz"
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quinta-feira, agosto 14, 2008
Como fazer uma boa Story Line
Labels: roteiros
domingo, julho 20, 2008
Expectativa de vida dos roteiristas
Não devo ter sido o único da minha turma que sentiu um certo stress ao explicar para os pais a sua opção de carreira.
Ao invés de escolher carreiras mais "seguras" como engenharia, medicina ou direito nos deixamos levar pelos nossos sentimentos mais básicos e abandonamos a segurança para trilhar o caminho da descoberta da essência do que é ser humano. Fomos fazer um curso de audiovisual, no caso da minha turma, mais precisamente, o curso se chama Imagem e Som (mas é tudo a mesma m...*).
Pra complicar um pouco já não era minha primeira faculdade.
Pra complicar mais um pouco, meus amigos do colegial já estavam casando.
Alguns tendo filhos.
A independência financeira nem tchuns, só apareciam mesmo eram trabalhos não remunerados, estes não faltavam.
Ainda por cima temos que nos considerar como parte dos afortunados, pois afinal estávamos tendo a oportunidade de treinar o nosso ofício (mesmo sem receber) e estávamos batalhando pela nossa educação superior (este fator apenas nos coloca em posição privilegiada sobre a maioria da população).
Mas mesmo que venha a independência financeira e para alguns a fama, o sucesso e a fortuna, quando se trata de escrever roteiros você sempre pode se estrepar um pouco mais.
De acordo com um estudo de 2001 publicado no British Medical Journal, os roteiristas vivem menos.
Pelo menos quando se trata dos ganhadores do Oscar.
Os ganhadores mostraram ter uma expectativa de vida menor do que aqueles que foram "apenas" indicados.
Apesar de terem uma carreira mais longa e com mais filmes produzidos sua expectativa de vida era menor.
De acordo com outros estudos (não sei quais) sobre expectativa de vida o que ocorre em outras carreiras é justamente o contrário, quanto mais reconhecido, mais realizações e mais conquistas maior é a expectativa de vida.
Isto se dá tanto por motivos comportamentais quanto genéticos.
Nada mais normal e talvez até mesmo belo. Quanto mais sucesso, mais tempo para aproveitá-lo.
Talvez não seja nada mais normal também que os escritores e em especial os roteiristas, sendo uma das classes mais bem preparadas pra reconhecer as ironias da vida, sejam também uma grande vítima dela.
Pelo menos ainda é possível ter a pretensão de ser "apenas" um indicado e viver um pouco mais.
*maravilha
sábado, junho 21, 2008
Cortar a gordura
Quero recomendar um artigo muito bom do blog do John August sobre como diminuir o tamanho do seu roteiro.
Uma das primeiras coisas que se aprende em roteiro é a regra (extremamente maleável) de que uma página escrita corresponde a um minuto de filme.
Por isto roteiros longos, com mais de 120 páginas, são lidos com uma carga de preconceito.
No artigo John explica que é bom não alterar margens, fontes e espaçamento das linhas. Entregar algo diferente do padrão demonstra amadorismo.
Porém pequenas mudanças em linhas e palavras órfãs são permitidas, ajustando individualmente o espaço destas linhas.
Fora isso ele dá mais algumas dicas do que prestar atenção em seu roteiro para saber se tem coisas sobrando ou não.
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quinta-feira, maio 29, 2008
10 roteiristas pra se ficar de olho - em 2007
Tá, a lista já é um pouco velha mas eu a descobri a pouco tempo neste blog.
Trata-se de uma lista da revista Variety, sobre os 10 roteiristas pra se ficar de olho em 2007.
Esta lista também faz parte de um conjunto de listas onde também se encontram os 10 diretores, cinegrafistas, atores e mais algumas categorias.
A julgar pela data a lista de 2008 deve estar para sair então ainda dá tempo de rever a do ano passado.
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quarta-feira, maio 07, 2008
John August - Scene Challenge
Um torneio relâmpago para os roteiristas de plantão, assim é o Scene Challenge (já em sua terceira edição) montado no blog do John August.
O desafio da vez é escrever uma cena tendo um especialista no mercado financeiro explicando para um leigo o que são derivativos.
Já deu pra ter uma idéia da complexidade?
A primeira coisa que me veio a mente foram as metáforas de House para os casos médicos, como a maioria daquelas doenças exóticas não fazem sentido para o espectador comum os médicos passam um tempo mínimo descrevendo sintomas e reações corporais e muito mais tempo criando metáforas a respeito do que está acontecendo no corpo do paciente.
A data para o término do torneio relâmpago é 08 de maio às 8 horas PST, que se não me engano é às onze da manhã por aqui.
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terça-feira, abril 22, 2008
Roteirista freelancer em seriados
Este artigo tem dois pontos, um principal que é o assunto do artigo em si e outro secundário.
Começando pelo ponto secundário, sempre vale a pena detonar a campanha realizada pela Associação Brasileira de Televisão por Assinatura (ABTA) cujo principal slogan é o seguinte, "eu pago, eu escolho o que quero ver na minha tv por assinatura", sendo que esta frase é colocada na boca de um "fictício" consumidor.
À primeira vista parece mesmo muita sacanagem, você, trabalhador honesto que passa o dia ralando pra ganhar o seu suado dinheirinho não poder escolher o que quer ver na sua tv por assinatura.
Então é hora de acordar, você não tem, não teve e nem vai ter o direito de escolher o que quer ver na sua tv por assinatura.
Quem escolhe são as grandes empresas, os conglomerados de mídia, os executivos por trás dos canais, nunca o consumidor.
E quando se trata de tv por assinatura tenho a vaga sensação de que as cabeças principais não estão nem no Brasil.
Pronto, desabafo feito é melhor voltar ao ponto principal.
Há um tempo atrás estava conversando com uma amiga sobre a nova leva de seriados e de como "Moonlight" (da Warner) parecia um lixo, comentei então sobre "Bood Ties", uma série canadense que estava sendo muito bem criticada.
Nunca fui muito fã de "Buffy", mas adoro histórias com vampiros.
É que em "Buffy" eles morriam fácil demais, tinham que ter cuidado até pra palitar os dentes porque afinal de contas um palito de dentes não deixa de ser uma estaca de madeira, só que muito pequena.
De qualquer forma, os vampiros estão aí e o público também, pra quem souber contar as histórias direito.
Ainda não tive a oportunidade de assistir à "Blood Ties" (e se for depender dos grandes conglomerados que controlam a programação da minha tv por assinatura nunca vou assistir, pelo menos não na televisão) mas foi lendo sobre esta série que eu encontrei um dos relatos mais completos da experiência de um roteirista de séries freelancer.
A produção é canadense mas a experiência me pareceu bem próxima daquilo que eu leio sobre roteiristas freelancers nos EUA.
No caso a pessoa em questão não era apenas um roteirista, era Tanya Huff, escritora dos "Blood Books" os livros que foram a inspiração para o seriado.
Um belo dia, Peter Mohan, o criador da série a convida para escrever um episódio e Tanya aceita.
Mesmo sendo a escritora dos livros que deram origem à série, Tanya ainda era uma roteirista de primeira viagem, talvez por isto seu relato possua tanto frescor e de certa forma seja até didático, mostrando aos interessados um pouco da via sacra por que passa um roteiro, desde a primeira idéia, ao brainstorming na sala de roteiristas (o famoso writersroom), às várias notas que o roteirista recebe e o processo de reescrever e reescrever.
Se prepare para várias páginas de leitura, mas pra quem gosta de roteiros, seriados e/ou se interessa em saber como eles são feitos vale muito a pena.
- Parte um
- Parte dois
- Parte três
- Parte quatro e considerações finais
Labels: roteiros
segunda-feira, abril 21, 2008
Roteirista produtivo
Vi este exercício sobre produtividade e achei ótimo para os roteiristas de plantão.
Quando você tem uma tarefa chata mas que tem que ser feita crie um alter-ego, imagine que tipo de pessoa teria a personalidade certa para adorar fazer a tarefa em questão.
Aí tente entrar no personagem e cumprir a obrigação.
São dois coelhos com uma cajadada, você para de procrastinar e de quebra vai inventando novos personagens e experimentando com eles pra futuros projetos.
Outro exercício seria nomear um mau hábito e enumerar quais os passos que te levam a realizá-lo. Serve pra pessoas reais ou pra personagens e fica engraçado se você for criando razões boas, em princípio, que resultariam num resultado ruim.
Por exemplo falta de pontualidade pode ser gerada se a pessoa acreditar demais que não dará nada errado com o transporte público.
Labels: roteiros
domingo, abril 20, 2008
Carreira de roteirista em Hollywood
Para quem se interessa em saber como é a vida de um roteirista em Hollywood mas nunca teve a quem perguntar, Chad Gervich responde às perguntas de um estudante da nona série.
Pessimista demais? Promissora na medida em que a satisfação compensa os riscos?
O que mais me chocou foi ele dizer que se você tem um mínimo de talento para outra coisa, faça outra coisa.
Roteiristas são famosos por serem introspectivos, por se autodepreciarem e pela falta de habilidades sociais, mas este tipo de opinião me parece mais a opinião de alguém que tenta afastar a concorrência daqueles que querem entrar neste mercado.
Escrever é difícil sim.
Mas qualquer um que já assistiu "Trabalho Sujo" sabe que existem coisas piores por aí.
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quarta-feira, abril 09, 2008
Geeks, Star Wars e videogames
Desde "A vingança dos nerds" parece que os nerds e geeks nunca estiveram tão em alta.
O nerd do qual vou falar aqui é Ernest Cline, roteirista de "Fanboys".
Um filme sobre um grupo de amigos fãs da trilogia original de Star Wars.
Eles acabam descobrindo que um deles está com câncer, então decidem invadir o Skywalker Ranch e roubar uma cópia de "Episódio1 - A Ameaça Fantasma" para que possam assistí-la antes que o amigo morra.
Aliás, um pequeno parênteses, já era para este filme ter estreado porém a produtora "The Weinstein Company" gostaria de fazer algumas re-filmagens e tirar toda a história do câncer da trama, deixando assim só a parte de comédia. Diretores e fãs estão tentando preservar a versão do diretor, daí a confusão.
Enquanto a confusão com "Fanboys" caminha para um fim Ernest Cline já emplaca mais um roteiro. Ele acaba de vender um "spec script"* para um próximo filme, por enquanto chamado de "Thundercade".
É sobre um junkie do videogame já crescido e enfrentando crise de meia idade que descobre que um garoto quebrou seu antigo recorde dos tempos de adolescência, ele se junta a mais dois amigos decididos a recuperar seu lugar na história dos videogames e a ganhar o maior campeonato de videojogos do momento, o Thundercade.
Agora fico imaginando como seria se esse tipo de história tivesse alguma chance aqui no Brasil:
- Um viciado em videogames utiliza sua habilidade nos jogos pra derrotar moralmente o chefe do tráfico local (isso se o traficante não morrer no processo) e conseguir uma vida melhor
- Um grupo de fãs de Star Wars do sertão nordestino juntam forças para realizar seu grande sonho, uma réplica de Tatooine em pleno sertão, acabando por inventar uma "fazenda de água" que funciona de verdade e salvam o povo local que agora não sofrerá com a seca.
E para aqueles que estão pensando em quem seria aquela bela garota que posa junto com os nerds na foto acima, aqui vai uma foto mais fácil de identificar (para deleite e fetiche dos fãs):
*spec script = é quando o roteiro é vendido pronto, em oposição a "optioned script" que é quando o estúdio contrata o roteirista (para um projeto em desenvolvimento) e paga pelo direito de comprar o roteiro quando este estiver pronto, o estúdio decide depois se vale a pena produzir o filme mas já garantiu seu direito de comprar o roteiro.
domingo, abril 06, 2008
Quando parar de escrever
Tenho dificuldade em saber quando começar a escrever.
As vezes fico fazendo rascunhos, escrevendo personagens, situações soltas, pedaços de escaleta (uma espécie de esqueleto de roteiro) para só colocar as palavras no roteiro quando a idéia (cena ou diálogo) já está quase totalmente pronta.
Pessoalmente acho que enrolo demais, gostaria de fazer roteiro de uma forma mais parecida com o jeito que fazia dissertações de vestibular.
Primeiro eu descobria o tema, separava uns cinco pontos principais e os organizava em uma ordem crescente de importância e se possível também numa ordem dramática, imaginava um começo e um fim e depois ia apenas tentando manter a coesão e a coerência enquanto escrevia.
Bom ou ruim (geralmente bom né, tenho que vender meu peixe) tudo acabava em menos de uma hora e ainda tinha uma certa tolerância pra correções de última hora no momento de passar a limpo.
Interessante foi descobrir um dia desses que outra grande questão aflige os escritores, "quando parar de escrever?"
Já havia sentido isso mas foi no blog do Alex Epstein que vi esta preocupação escrita pela primeira vez. O pior é que ele escreveu seu artigo em referência a um outro no blog do Ken Levine, que é um blog que eu normalmente leio, mas tinha deixado esse assunto passar.
Gostei do método do Alex Epstein, que vai escrevendo até não ter muita noção de quando começa a escrever besteira, com a experiência ele já sabe que isso acontece lá pela página 12 (para ele né, pra mim as besteiras começam beeeem mais cedo).
Mas existem métodos mais físicos, como o caso do roteirista que ficava comendo grãos de café cobertos com chocolate a medida em que ia escrevendo, quando suas mãos começavam a tremer demais era a hora de parar.
Pessoalmente eu costumo ir fazendo pesquisas no browser a medida em que escrevo, uma aba para um dicionário, uma aba para o Google, outra para a Wikipédia, várias outras para a Wikipédia, mas quando o número de abas de pornografia supera o de pesquisas isso indica que já é uma boa hora de parar.
E quando chega realmente a hora de parar o que se faz?
Salva-se o arquivo, levanta-se e vai embora? Impulsivo demais.
Dizem que Hemingway costumava parar no meio de uma sentença.
É um método bem interessante, assim cria-se um gancho para a imaginação no dia seguinte, dá a impressão de que o trabalho já está meio começado.
quarta-feira, abril 02, 2008
Concurso de roteiros onde todos são ganhadores
Retomando o assunto sobre vencedores de um artigo anterior, lhes apresento Script Frenzy, um concurso de roteiros onde todos que completarem 100 páginas até o final de Abril serão considerados vencedores.
Vi esta dica no blog do John August e ele não tinha maiores informações mas deixou a aberta a oportunidade para alguém que tenha participado do evento contar suas experiências.
Movido pela curiosidade fui até o site e dei uma olhada por cima, o prazo inicial era 01/04 e acaba no final de abril, as inscrições estão abertas.
O objetivo é completar 100 páginas de roteiro em trinta dias (28 se começar a partir de hoje), todos que completarem o objetivo são considerados vencedores e receberão um certificado.
São aceitos roteiros em línguas diferentes do inglês, eles afirmam inclusive que os roteiros não são lidos, apenas fazem contagem automatizada (por meio de softwares) do número de páginas.
Isso permite que alguém envie 100 páginas contendo a mesma palavra, mas a graça da coisa é participar direito da brincadeira, tentar escrever de verdade as 100 páginas e saber que ao redor do mundo centenas (ou milhares?) de pessoas também estarão quebrando a cabeça pra finalizar suas histórias.
Para alguns essa energia coletiva pode ser um bom estímulo.
Eu por exemplo, tenho dois projetos de longa metragens e fico enrolando pra colocar no papel, quem sabe isso me ajude a acabar pelo menos um deles.
Atualização (03/04):
Mais informações sobre o Script Frenzy, desta vez no blog da Jane Espenson.
E uma dica importante para os interessados em roteiro, mesmo que não se interessem por participar do projeto, com certeza vale a pena uma visita pela seção de dicas do site, contém muita informação, de formatação a estruturas narrativas e até mesmo pinceladas em como se manter motivado.
Labels: contém_atualização, roteiros
domingo, fevereiro 03, 2008
Adote um roteirista
Adoro boas idéias e a idéia brilhante da vez vai para Liz Pardue, editora do blog Glowy Box.
Ela idealizou o projeto do site Adopt A Writer.
O funcionamento é simples, diversos sites de fãs (blogs de TV) se encarregariam de entrevistar algum roteirista e depois reuniriam estas entrevistas no site central do projeto (além é claro de constarem também no blog entrevistador).
Outra sacada é tentar entrevistar roteiristas não tão famosos, pessoas normais com vidas normais. O objetivo é colocar o roteirista mais perto do seu público.
Esperam mostrar que o "roteirista normal" está muito mais perto do "telespectador normal" (trabalhador de classe média) do que se imagina, não sendo portanto riquinhos mimados como prega a AMPTP.
Se por um lado isso reduz o glamour da profissão, mostrando rostos (quase) totalmente desconhecidos levando vidas tão difíceis quanto a do cidadão comum, por outro mostra que quem quer ser roteirista em hollywood não precisa ser lindo, rico ou extremamente talentoso (talvez só um pouco de talento já baste).
Além também de oferecer alguns insights sobre a profissão.
No final das contas voltamos ao velho trabalho duro e ganhar na loteria continua sendo o meio mais rápido de se enriquecer.
No momento em que escrevo existem 16 blogs entrevistadores e duas entrevistas no arquivo.
Mas já foi o suficiente pra ter mais uma das minhas paixões à primeira vista, Kate Purdy (foto) roteirista de COLD CASE. Uma série que eu não assisto mas estou começando a achar que gostaria de trabalhar na equipe.Ou então adotar esta escritora.