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quarta-feira, fevereiro 27, 2008

Hitchcok e Vanity Fair, diretores de arte e paleta de cores mais biblioteconomia


A edição de março da revista Vanity Fair apresenta um super ensaio fotográfico colocando atores atuais representando frames clássicos dos filmes de Hitchcock.

Este foi o site em que eu achei as fotos com a melhor resolução.
Veja o mais rápido possível (mesmo se você tiver conexão discada), vale muito a pena e não sei até quando isto ficará disponível.

Mas é legal conferir também este pequeno artigo comentando sobre os bastidores e sem esquecer de conferir o portifólio no próprio site da Vanity Fair, onde é possível clicar sobre as fotos modernas para ver a comparação com as cenas clássicas dos filmes de Hitchcock, todas acompanhadas de algum comentário curioso (para os fans).


Se você for até o site PICTURAPixel vai perceber que a comparação que eles fizeram com as fotos de "Strangers on a Train" é bem melhor do que a do site da revista, e vale muitíssimo a pena para os diretores de arte. Dá pra comparar cada item em cima da mesa em relação ao original.

A direção de arte do ensaio é primorosa, roupas, objetos de cena e cenários são utilizados e montados com um cuidado especial.
O outro ponto deste ensaio fotográfico que também achei deslumbrante foi claro a fotografia.
Luzes, sombras, cores e atmosferas recriando os frames clássicos como se Hitchcock estivesse ali tomando conta.



Essa discussão das cores retoma um pouco o assunto sobre design de um post anterior, as cores nos filmes de Hitchcock são muito bem pensadas, escolhidas a dedo mesmo, e não é que um maluco chamado Dave Pattern resolveu criar um gráfico da paleta de cores de "North by Northwest" e montar a visualização como se fosse um exame de DNA (foto).

A coisa foi feita mais ou menos assim, o cara tem um projeto chamado 1000 Frames of Hitchcock, onde cada filme do Hitchcock é separado em mil frames que englobam o filme inteiro, um frame a cada seis segundos em média (ótima fonte para bloggeiros e estudantes de cinema).

Ele pegou esses mil frames de "North..." e calculou a média de cores de cada frame.
A média foi obtida transformando as cores de um frame inteiro em uma imagem de 1x1 pixel com uma cor só, aí foi só transformar em linhas e você tem uma paleta de cores completa em relação à duração do filme.
Não é o máximo? Nerd e cinéfilo até os ossos.

Novamente muito útil para fotógrafos e diretores de arte.
E onde entra a biblioteconomia nisso tudo?

Acontece que o Dave Pattern também é o gerente de sistemas da biblioteca da Universidade de Huddersfield, e sendo nerd e artístico ao mesmo tempo trouxe a tona um sistema que resolverá grande parte dos problemas de muitos bibliotecários por aí: Como achar um livro pela cor de sua capa?
O sistema como ele mesmo diz ainda é um pouco crú, as cores tem que ser entradas em valores hexadecimais, mas é fácil achar uma tabela dessas na web, na página do artigo original ele coloca até um link com exemplos.

Misturando biblioteconomia com direção de arte a biblioteca pública de Huddersfield chegou até a classificar os livros nas estantes pela cor da capa (a foto desta brincadeira está no mesmo post da paleta de cores como exame de DNA, citado acima).

Chego a pensar em quão privilegiados foram meus amigos da Imagem e Som que tiveram contato com os estudantes de Biblioteconomia, tantas possibilidades pela frente, é só exercitar a criatividade.



Nota explicativa: Em relação ao site com as fotos em grande reolução, sempre que eu coloco algo aqui tento aplicar a política do "Fair use", imagens com menos resolução que o original, fontes citadas em algum lugar do texto e sempre quem se beneficia mais com a divulgação do material é o detentor dos direitos das imagens, por isso disse não saber até quando o dito site ficará disponível.

8 comentários:

Anônimo disse...

Caralho, muito bom trabalho.

Mas algumas coisas foram inevitáveis de pensar:

Charlize Theron não é desse mundo...

A Scarlett Johansson como Grace Kelly não deu muito certo. A Naomi Watts parecia mais o perfil.

Speed racer!!

Você vê por que escolheram o Robert Downey pra Homem-de-Ferro. O cara é praticamente um robô.

Não é o Seth Green???

Jodie Foster com pinta de Anne Bancroft.

Pança!

Saul Bass!

Roteirista diletante disse...

Que final de comentário maluco, hehe.

Estou totalmente de acordo quanto a Charlize Theron.
Queria que tivessem arranjado um close pra Scarlett Johansson também.

Agora, tive que pesquisar um pouco pra descobrir/lembrar que Anne Bancroft era a Mrs. Robinson de "A Primeira Noite de um Homem", era nesse sentido que você estava dizendo né?

Anônimo disse...

Sim, é nessa fase. Só de perto que vi que era ela e a Zellweger, de Kim Novak.

Lembrei que Disque M eu vi com você numa daquelas mostras na UMC, não foi? Há uns bons anos.

Roteirista diletante disse...

É mesmo.

"Disque M..." foi uma experiência marcante.
Lembra que o projetor estava com defeito?
A imagem ficou duplicada, foi como assistir a um filme 3D das antigas, sem os óculos, hehe.
Mas quem disse que isso iria afastar aquela dúzia de cinéfilos.

Se não me engano eles tiraram as cores também, né? Porque era mais fácil enxergar as imagens duplicadas em preto e branco.
Até me causou impacto ver as fotos coloridas, tinha na lembrança que o filme era preto e branco mesmo.

Laine disse...

achei bem chato esse ensaio, prefiro os das atrizes sensação como pin ups...

Roteirista diletante disse...

Isso é a pin-up dentro de você falando Elaine.

Já eu acho que esse ensaio hitchcockiano está em outro nível, muito mais pesquisa, mais trabalho de equipe pra preparar tudo. Exigindo que todas as partes estejam funcionando e contribuindo.
As fotos com o Seth Rogen com o avião atrás demandam praticamente uma estrutura cinematográfica.
Ah, e também exige mais dos atores também.

Para quem quiser ver mais pin-ups.
E uma referência no gênero, Alberto Vargas.

Anônimo disse...

Recomendo muito Gil Elvgren. É um trabalho diferente do Vargas. Ele não usava aerografia mas técnicas tradicionais como óleo e as pin-ups estão sempre inseridas em um cenário.

Aliás acabou de sair um livro da Taschen com a obra dele. Naquele formato júnior mas com capa dura, bem acabado. Tá bem barato na Amazon e com o dólar no chão sai menos do que a metade do preço do que nas Fnacs da vida.

Plínio, vi Saboteur esses dias... que merda de filme, cara... que merda. Vi também O Terceiro Tiro e Festim Diabólico, que ainda não tinha assistido e gostei bastante (quem disse que nome de filme no Brasil é sempre ruim?). Curioso eles tratarem de um filme de boiolas naquela época. Velado... mas gay pra caralho. Até o J.Stewart teve que dar umas requebradas (visivelmente a contra-gosto).

Anônimo disse...

Pra não perder o costume vai um adendo de comentário. Agora que vi o ensaio da Vanity Fair das pin-ups. Muito legal, mesmo. Basicamente eles recriaram só obras do Vargas e do Elvgren. Dá pra ver bem a diferença de estilos. Cenas pitorescas como a dos cachorrinhos e a da professora era típico dele. Vargas com poucas exceções é sempre aquela coisa limpa, destacado em fundo branco.

Como não gostar de mulher, assim?