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terça-feira, janeiro 29, 2008

Os Super-Humanos I


Neste último domingo estreou "Os Super-humanos" no Discovery Channel, um programa meio documentário sobre algumas pessoas com habilidades "especiais" que as diferenciam das pessoas "comuns".
Como todo universo de super-heróis alguns poderes são mais atraentes do que outros, e para aqueles familiarizados com os X-Men, alguns destes poderes podem se parecer mais com defeitos do que poderes de verdade.
Suportar frio extremo, fazer cálculos complexos de cabeça, conseguir visualizar o espaço e poder desenhá-lo com os olhos fechados são habilidades que eu gostaria de ter. Já, enxergar cores quando se escuta um som e/ou sentir sabores na boca quando um carro buzina não é lá algo desejável.

Uma das vantagens da visão em relação a audição é que muitas vezes quando nos sentimos incomodados podemos fechar os olhos, coisa impossível na audição.
Se ouvimos algo desagradável, irritante, não dá apenas pra tapar os ouvidos e muitas vezes não dá nem pra fugir do som. Quem já teve que trabalhar ao lado de uma construção sabe do que estou falando.

É claro que não seria politicamente correto tratar como aberração a única garota do grupo, então a escolha dos realizadores foi colocá-la como se fosse detentora de um poder de causar inveja.
Acho muito legal que uma cor te faça lembrar de certas palavras ou sons (poderíamos chamar palavras e som de informação) ou que certos sabores também possam ser associados com certas informações, isso ajuda a memória e como foi dito no programa, as pessoas com esse tipo de habilidade sensorial tendem a ter uma memória acima da média.
Ter boa memória é um poder. Já, ter cores saltitando na sua frente e sabores surgindo ao acaso na sua língua te transformam mais em uma vítima, isso se você não ficar louco antes.
Está claro que ao longa da vida a vítima precisa aprender a lidar com esse curto circuito de sentidos pra ser uma pessoa funcional.
Ora, já imaginou que um carro buzinando além de te assustar poderia te fazer sentir um gosto de carne apodrecida, que funk poderia ter gosto de lesma, já posso até imaginar a pessoa fugindo feito doida o mais longe possível da fonte sonora.
Afinal de contas, nem todo som teria gosto de galinha (de longe o mais referenciado dos sabores genéricos).

Aliás, isso de querer mostrar todo mundo como herói com certeza foi uma falha do programa, sem vítimas ou vilões a trama não se completa.
Porém, eles estavam lá, mascarados por essa linha editorial que queria transformar tudo e todos em heróis.

(continua na próxima postagem)

PS: No caso do funk você não precisa ver cores ou sentir sabores estranhos para fugir feito doido da fonte sonora, auto preservação é um instinto saudável e normal.

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