Procurar assuntos relacionados

Custom Search

terça-feira, abril 29, 2008

Minha razão para uma possível parada nas postagens

Enquanto alguns param por motivos mais nobres, a verdade é que eu venho experimentando um comportamento estranho no meu computador.
Este comportamento afeta a conexão e não me permite ficar muito tempo conectado, o que no final atrapalha quase tudo que faço, já que estou usando uns 80% do meu tempo pra estudar pela internet.

quinta-feira, abril 24, 2008

Semana da Terra - programas verdes

Esta semana eu recuperei a mina fé na humanidade.
Realmente existem pessoas por aí se preocupando com o futuro do planeta (e por conseqüência com o futuro da nossa espécie), com a qualidade de vida, e como podemos fazer pra manter o padrão de conforto moderno sem que para isso seja preciso destruir o mundo, às vezes até mesmo recuperando e consertando estragos já feitos.
Dentro da idéia de "padrão de conforto moderno" eu aproveito para inserir a programação de tv de qualidade e nesta semana não há do que reclamar.

Três canais estão com programação especial para a comemoração da semana da Terra *, Discovery Channel, National Geographic e The History Channel.
"Maravilhas Modernas" no History Channel, "Eco-Tech" (entre outros) no Discovery e "Planeta Mecânico" (entre outros) no National Geographic.
Uma semana transbordando assuntos ecológicos, tecnologia sustentável e ciência aplicada à qualidade de vida, é muito bom ver isso ao invés dos rios de dinheiro investidos em tecnologia bélica.

Esta semana dá pra acreditar que a humanidade tem jeito.
Os assuntos mostrados incluem: Combustíveis renováveis, energia eólica, solar e geotérmica, força das marés, arquitetura verde (construções que aproveitam ao máximo a luz, a conservação e a troca de calor com o meio pra economizar energia), bactérias (ou seriam vírus) que comem materiais radioativos e limpam locais contaminados, construções de proteção contra desastres naturais, velhas e novas tecnologias de reciclagem.


Para um desses programas eu quero fazer um destaque especial, "Planeta Mecânico" (as fotos deste artigo são todas deste programa), uma mistura de "Mythbusters" com Greenpeace.
O programa é apresentado por dois caras, Dick Strawbridge e Jem Stansfield, engenheiros no sentido mais filosófico do termo, que é o de possuir engenhosidade e usá-la para facilitar a vida.
Eles são confrontados com desafios da vida moderna e tentam resolvê-los com engenhocas verdes, algo que cause o mínimo de impacto ambiental possível.
Para isso eles construíram uma base de operações móvel, que é uma oficina construída na traseira de um antigo veículo de transportar cavalos, agora movido a biodiesel. Para terem energia suficiente para tornar a oficina auto-suficiente eles adaptaram um catavento (energia eólica) e células fotovoltáicas (energia solar) no teto, gerando assim sua própria energia, chegando até mesmo a ter uma cafeteira lá dentro, afinal de contas, café e idéias geeks andam de mãos dadas.

Só pra se ter uma idéia do desafio, no primeiro programa eles entraram em contato com o dono de uma lanchonete que gostaria de implantar um sistema de entrega de comida para o estabelecimento, mas usando um veículo ecológico, que causasse o mínimo de impacto.
A solução foi uma moto movida a ar.


A autonomia da motinho não era lá essas coisas apenas o suficiente para uma entrega, depois era necessário recarregar os tanques (um processo rápido de dois ou três minutos) mas como a cidade era pequena, cheia de ruas apertadas e congestionadas a solução serviu como uma luva.
No segundo programa eles visitaram uma fazenda com vários tratores que consumiam muito diesel e conheceram uma máquina secadora de milho que conseguia consumir ainda mais do que os tratores.
A primeira idéia foi aproveitar a grande produção de estrume de vaca para gerar biogás e com ele alimentar a secadora de milho. Logo viram que não teriam gás suficiente, mas que poderiam usar o gás pra movimentar uma prensa, com essa prensa eles fariam óleo de sementes que eram colhidas na própria fazenda e este óleo (menos nocivo que o diesel) é que iria alimentar a secadora de milho.
No final conseguiram produzir o biogás mas o motor da prensa (reutilizado de um cortador de grama) pifou, apenas por curiosidade eles utilizaram um balde de óleo de semente que conseguiram obter antes do motor pifar e constataram que a secadora poderia funcionar com ele.
O projeto não ficou completo por causa do motor pifado, este é o risco que se corre quando se faz um programa honesto, mas de qualquer forma foi provado que as partes individuais funcionavam e que com mais tempo e um pouco mais de estrutura poderiam sim fazer um sistema mais renovável.


Essa é a beleza disso que eu chamo de "programas honestos", mesmo quando as coisas não acabam como esperado, a postura ética desses realizadores lhes permitem acabar com um belo programa nas mãos.
"Mythbusters" é o campeão por excelência desta categoria, "Trabalho Sujo" (também da Discovery) está muito bem colocado e agora "Planeta Mecânico".


* O dia da Terra foi 22 de abril

terça-feira, abril 22, 2008

Roteirista freelancer em seriados

Este artigo tem dois pontos, um principal que é o assunto do artigo em si e outro secundário.

Começando pelo ponto secundário, sempre vale a pena detonar a campanha realizada pela Associação Brasileira de Televisão por Assinatura (ABTA) cujo principal slogan é o seguinte, "eu pago, eu escolho o que quero ver na minha tv por assinatura", sendo que esta frase é colocada na boca de um "fictício" consumidor.
À primeira vista parece mesmo muita sacanagem, você, trabalhador honesto que passa o dia ralando pra ganhar o seu suado dinheirinho não poder escolher o que quer ver na sua tv por assinatura.
Então é hora de acordar, você não tem, não teve e nem vai ter o direito de escolher o que quer ver na sua tv por assinatura.
Quem escolhe são as grandes empresas, os conglomerados de mídia, os executivos por trás dos canais, nunca o consumidor.
E quando se trata de tv por assinatura tenho a vaga sensação de que as cabeças principais não estão nem no Brasil.


Pronto, desabafo feito é melhor voltar ao ponto principal.
Há um tempo atrás estava conversando com uma amiga sobre a nova leva de seriados e de como "Moonlight" (da Warner) parecia um lixo, comentei então sobre "Bood Ties", uma série canadense que estava sendo muito bem criticada.
Nunca fui muito fã de "Buffy", mas adoro histórias com vampiros.
É que em "Buffy" eles morriam fácil demais, tinham que ter cuidado até pra palitar os dentes porque afinal de contas um palito de dentes não deixa de ser uma estaca de madeira, só que muito pequena.
De qualquer forma, os vampiros estão aí e o público também, pra quem souber contar as histórias direito.

Ainda não tive a oportunidade de assistir à "Blood Ties" (e se for depender dos grandes conglomerados que controlam a programação da minha tv por assinatura nunca vou assistir, pelo menos não na televisão) mas foi lendo sobre esta série que eu encontrei um dos relatos mais completos da experiência de um roteirista de séries freelancer.
A produção é canadense mas a experiência me pareceu bem próxima daquilo que eu leio sobre roteiristas freelancers nos EUA.

No caso a pessoa em questão não era apenas um roteirista, era Tanya Huff, escritora dos "Blood Books" os livros que foram a inspiração para o seriado.
Um belo dia, Peter Mohan, o criador da série a convida para escrever um episódio e Tanya aceita.
Mesmo sendo a escritora dos livros que deram origem à série, Tanya ainda era uma roteirista de primeira viagem, talvez por isto seu relato possua tanto frescor e de certa forma seja até didático, mostrando aos interessados um pouco da via sacra por que passa um roteiro, desde a primeira idéia, ao brainstorming na sala de roteiristas (o famoso writersroom), às várias notas que o roteirista recebe e o processo de reescrever e reescrever.

Se prepare para várias páginas de leitura, mas pra quem gosta de roteiros, seriados e/ou se interessa em saber como eles são feitos vale muito a pena.
- Parte um
- Parte dois
- Parte três
- Parte quatro e considerações finais

segunda-feira, abril 21, 2008

Roteirista produtivo

Vi este exercício sobre produtividade e achei ótimo para os roteiristas de plantão.

Quando você tem uma tarefa chata mas que tem que ser feita crie um alter-ego, imagine que tipo de pessoa teria a personalidade certa para adorar fazer a tarefa em questão.
Aí tente entrar no personagem e cumprir a obrigação.
São dois coelhos com uma cajadada, você para de procrastinar e de quebra vai inventando novos personagens e experimentando com eles pra futuros projetos.

Outro exercício seria nomear um mau hábito e enumerar quais os passos que te levam a realizá-lo. Serve pra pessoas reais ou pra personagens e fica engraçado se você for criando razões boas, em princípio, que resultariam num resultado ruim.
Por exemplo falta de pontualidade pode ser gerada se a pessoa acreditar demais que não dará nada errado com o transporte público.

domingo, abril 20, 2008

Carreira de roteirista em Hollywood

Para quem se interessa em saber como é a vida de um roteirista em Hollywood mas nunca teve a quem perguntar, Chad Gervich responde às perguntas de um estudante da nona série.

Pessimista demais? Promissora na medida em que a satisfação compensa os riscos?
O que mais me chocou foi ele dizer que se você tem um mínimo de talento para outra coisa, faça outra coisa.
Roteiristas são famosos por serem introspectivos, por se autodepreciarem e pela falta de habilidades sociais, mas este tipo de opinião me parece mais a opinião de alguém que tenta afastar a concorrência daqueles que querem entrar neste mercado.

Escrever é difícil sim.
Mas qualquer um que já assistiu "Trabalho Sujo" sabe que existem coisas piores por aí.

sexta-feira, abril 18, 2008

Pingüins voadores

Antigamente não se podia acreditar muito no que se lia.
Hoje já não se pode acreditar nem no que se vê.




E para quem gosta de desvendar os mistérios da produção, segue-se o "making of" dos pingüins voadores.




Antes de assistir o "making of" fiquei pensando no pobrezinho do pingüim que jogaram em cima das folhagens.

É impressionante ver como os pingüins parecem reais, com certeza já chegamos em tal ponto da tecnologia de animação 3D que não é mais possível dizer se o que vemos é material vivo ou animado.
Essa situação pode permitir toda uma nova leva de teorias do cinema, até então várias delas se preocupavam com a representação do real, qual a linguagem cinematográfica que mostraria mais o real ou evidenciaria que o cinema constrói uma realidade (opacidade x transparência, corte seco x jump cut), até em atuação dizem do ator que capta a realidade do personagem.
Minha tendência sempre foi pensar que no cinema (e talvez em qualquer tipo de arte) não existe realidade, podem existir fragmentos, nuances, mas no final sempre existe um recorte ali, a visão de alguém. E se este alguém diz que não quer passar visão nenhuma ou é por que está mentindo ou então ignora a própria visão que está passando aos outros.
Dizer que uma certa linguagem cinematográfica está mais perto da realidade do que outra é a mesma coisa que dizer que um texto com vírgulas é mais real que outro sem, ou que o gerúndio aliena o espectador.
O que eu acho que importa no final das contas não é a forma ou linguagem em separado, mas o conjunto da obra e a mensagem que ela passa.
Uma animação 3D pode nos tocar mais fundo e falar mais alto aos nossos sentimentos e à nossa realidade do que um filme com atores reais.


E o vídeo dos pingüins acabou virando pretexto para uma discussão sobre teoria, mas colocando o pé um pouco mais no chão, outra coisa que me chamou a atenção no "making of" além do profissionalismo da equipe e da qualidade da animação foram os pequenos cuidados no ator pra dar a impressão de que ele estava na neve, desde efeitos na roupa até no jeito dele andar.
Tem um momento em que ele até enfia o pé em um buraco de neve mais fofa, esses detalhes fazem muita diferença na nossa percepção.


Agora uma pequena dúvida em relação à fotografia, no momento em que ele olha para os pingüins voadores no céu, ele não está realmente protegendo os olhos da luz. Imagino que se ele fosse proteger os olhos de verdade ele teria que usar o outro braço e a sombra do braço (e da mão) no rosto iriam atrapalhar uma tomada tão bonita.
É, a fotografia, principalmente em cinema e televisão, é cheia desses truques, mostrando algo falso ou que a primeira vista desrespeitaria alguma regra de continuidade mas que no final serve pra deixar a gente ainda mais fascinado e inserido na ação.

Caímos novamente naquela questão do especialista que se torna melhor por conhecer as áreas paralelas à sua profissão, se o continuista e/ou o diretor fossem chatos o bastante poderiam optar por um plano "mais real" que acabaria tendo um efeito não tão bom sobre o espectador.

quinta-feira, abril 17, 2008

Pós-desprodução

Há pouco tempo Wilson, amigo e leitor do blog, levantou uma questão.
O que acontece com os cenários e toda aquela parafernália dos filmes depois que eles acabam de filmar?

Na época havíamos lido o blog do filme Watchmen.
Em um artigo o diretor do filme, Zack Snider, cita números do que foi usado pra construir uma mini Nova York em Vancouver, Canadá.


Antigamente os estúdios possuiam "backlots", que eram uma grande área aberta própria para se construir os grandes cenários de exteriores (e.g. uma rua em particular, uma cidade de faroeste, uma floresta). Creio que hoje só os grandes estúdios possuem estrutura para uma área aberta deste porte.
Muito mais comum é a gravação dentro de um estúdio, que seria um grande galpão fechado (inclusive com isolamento acústico) com toda a infra-estrutura necessária para se fazer uma filmagem. Alguns galpões são tão grandes que se precisarem de um trecho pequeno de uma rua ela pode até ser feita em estúdio, o que seria até mais econômico pois as condições estão todas controladas, não é preciso permissão de prefeitura nem de polícia/bombeiros e nem tem risco de chuva (a maioria das ruas de sitcoms são feitas em estúdios).

Mas o que acontece quando o backlot é montado longe do estúdio, as vezes em outra cidade, como foi o caso de Watchmen?
Não sei responder. Talvez quando estiver mais próximo da estrutura de produção industrial do cinema norte-americano eu entenda melhor o que acontece.
A minha impressão é que se a produção não for inteligente o bastante pra ganhar dinheiro vendendo o cenário ou reciclando eles simplesmente deixam tudo pra trás.

Em um post do blog do John August, ele reforça esta impressão.
Derek Frey, um assistente do Tim Burton, fez uma recente viagem para o Alabama e tirou fotos do que restou de alguns dos antigos sets de "Peixe Grande" (Big Fish).


Olhar para um cenário antigo e atacado pelo tempo me passa a sensação de olhar pra paisagens de ruínas, algo que já teve sua história, mas é preocupante pensar que no fundo esses cenários só estão lá devido a um desperdício, reciclagem gente, reciclagem.

quarta-feira, abril 16, 2008

Visão do conjunto faz um especialista melhor

É tão bom quando eu fico sabendo de profissionais de verdade que estudaram um pouco mais além de sua área de atuação.
Você percebe nesses profissionais que eles tem uma visão geral da coisa, adquirem um jogo de cintura maior pra resolver os imprevistos (pois sabem se antecipar aos pedidos dos outros departamentos), sabem se comunicar melhor com os outros membros da equipe e quando estão afim de esticar os limites da arte fazem isso com embasamento, não é apenas um devaneio fantasioso de alguém que joga uma idéia e espera que os outros a cumpram.

Estou me referindo aqui às áreas dentro do próprio audiovisual.
É certo que existem roteiristas que estudaram informática e arquitetos que se tornaram diretores, aliás, vários cursos que à primeira vista parecem que não tem nada a ver na verdade contribuem para o audiovisual, mas não estou falando disso.
Estou falando do roteirista que tem noção de direção, do diretor com noções de produção, do produtor que entende de roteiro e de fotografia.

Hoje no curso de Imagem e Som existem oito áreas: Roteiro, direção, edição, fotografia (de vídeo e cinema), hipermídia, som, produção e pesquisa.
Antigamente os alunos faziam todas as matérias e saiam entendendo um mínimo de tudo.
Atualmente existem introduções à estas áreas e no terceiro ano do curso o aluno só pode optar por duas das oito áreas. Esta opção é chamada de "ênfase" (no fundo no fundo é uma introdução alongada).
Na minha opinião o que aconteceu foi que os alunos deixaram de aprender as outras áreas (que são complementares à sua formação).
Como as "ênfases" não são tão aprofundadas assim o aluno não vira sequer um especialista.

O programa do curso passou por esta (suposta) especialização por forças do mercado.
Quando recém-formados quanto mais técnica a sua formação melhor, e muitos estudantes conseguiram se adaptar a isto.
Mas (e aí entra o meu exercício de futurologia) à medida que forem progredindo na carreira estes alunos "especialistas" precisarão conhecer as outras áreas e as matérias mais gerenciais, precisarão conversar mais com os outros departamentos e é neste momento que uma formação univesitária (plena, com visão do conjunto, tanto técnica quanto estética) irá valer a pena.
Isto sem levar em conta aquele fator importantíssimo, o técnico que tem conhecimento das outras áreas consegue conversar e entender melhor as exigências e necessidades dos vários departamentos, tornando-se um especialista ainda melhor.

Acredito que um curso que se proponha a formar um diretor deva dar ele não apenas uma introdução mas boas noções de:
- Roteiro
- Edição
- Fotografia
- Produção
- Direção de atores

Chega a ser ridículo então que uma universidade onde alguém faça uma "ênfase" de direção o aluno só possa estudar uma área a mais.

A mesma coisa vale para produção, no caso acima eu só trocaria direção de atores por som, este seria o meu programa para a formação de produtores.

Aí alguém me pergunta, mas o que um produtor deve saber de fotografia?
Respondo, ele não precisa saber fazer, mas precisa reconhecer o bom profissional, saber quais são os equipamentos e a logística de transporte, qual o tempo que se leva para montar e desmontar o equipamento, lendo a cena no roteiro e conversando com o diretor de fotografia deve saber qual seria o tempo razoável para fazer a tal cena. E por aí vai.
Seu trabalho continua sendo o de produzir, mas quanto mais souber, melhor será a produção.

Atualização (16/04/2008): Acabei de ler um post que propõe e responde (pelo menos em parte) outra questão relacionada a este assunto.
Quanto de tecnologia um diretor precisa conhecer?
Se você for James Cameron acho que quanto mais melhor, porém isso só é válido levando em conta a percepção do espectador.

segunda-feira, abril 14, 2008

Operadores de Steadicam e seus planos

A dica da vez é o site Steadishot.org.

Eu ainda preciso explorar mais este site, é o tipo da coisa que promete consumir muito minha taxa de downloads mas tem tudo pra valer a pena.

Steadicam é uma marca registrada que virou sinônimo de "aparelho estabilizador de câmera", assim como Gillete virou sinônimo de lâmina de barbear.
O operador de Steadicam é um tipo especial de operador de câmera, sua atenção tem que ser redobrada em relação ao enquadramento, ao seu próprio equilíbrio (enquanto caminha e opera o equipamento) e à sua posição em relação aos atores.

A posição do operador de steadicam em relação aos atores é tão importante nestes tipos de planos que atores e operador chegam a formar uma dança. Onde a posição de cada participante afeta o parceiro, existem marcas a serem respeitadas mas também pode haver improvisação, o erro individual prejudica o conjunto mas quando tudo dá certo a qualidade do conjunto é muito maior do que a soma das qualidades individuais.

E no Steadicam.org somos apresentados a vários operadores, trechos de filmagem e ainda comentários a respeito destes planos, as vezes escritos pelos próprios operadores.
Os vídeos disponíveis, com os planos onde o steadicam foi utilizado, são um recurso valioso pra estudantes e amantes do cinema, profissionais do ramo e curiosos em geral.

É interessante imaginar como deve ser difícil dirigir algumas destas cenas, tudo tem que estar muito bem ensaiado, mas creio que muito mais difícil é explorar o uso do steadicam para que contribua muito mais para a mensagem que se quer passar do que se fosse utilizado uma câmera fixa (ou movimentos mais simples).
A arte está em criar novos significados, novas sensações, e não deixar que o equipamento seja utilizado apenas como pirotecnia estética.

Um ótimo exemplo é aquela cena de "Shaun of the Dead".
Shaun caminha batendo nos zumbis com um taco de cricket, a caminhada é bem fluida, mas em termos de produção atores e câmera devem estar em posições precisas, caso contrário as pancadas iriam parecer falsas e o próprio caminhar não iria parecer tão fluido (link pra a cena).

E só para variar, faço nota também de uma cena de abertura de um dos episódios de "Scrubs" ("My Student"), no qual os internos recebem seus primeiros estudantes de medicina.
Veja no site Steadicam.org para ler os comentários ou assistir com uma resolução melhor.
Abaixo está a mesma cena no YouTube só que com resolução bem pior (no final tem mais algumas cenas do episódio que não dizem respeito ao assunto).




A cena do jeito que está transmite muito bem a idéia de que o hospital é um lugar ao qual eles já estão acostumados.

quinta-feira, abril 10, 2008

Deve existir um meio termo...

Entre a vida de um estudante soterrado de informações, dúvidas e dívidas:






E a vida de bloggeiro:





Estes vídeos foram vistos no artigo dos melhores vídeos de 2007, segundo Tiago Dória.

PS: A muito tempo penso em publicar uma série de textos sobre as maiores invenções da humanidade, como mencionado no primeiro vídeo o quadro negro com certeza é uma delas.

quarta-feira, abril 09, 2008

Geeks, Star Wars e videogames

Desde "A vingança dos nerds" parece que os nerds e geeks nunca estiveram tão em alta.

O nerd do qual vou falar aqui é Ernest Cline, roteirista de "Fanboys".


Um filme sobre um grupo de amigos fãs da trilogia original de Star Wars.
Eles acabam descobrindo que um deles está com câncer, então decidem invadir o Skywalker Ranch e roubar uma cópia de "Episódio1 - A Ameaça Fantasma" para que possam assistí-la antes que o amigo morra.

Aliás, um pequeno parênteses, já era para este filme ter estreado porém a produtora "The Weinstein Company" gostaria de fazer algumas re-filmagens e tirar toda a história do câncer da trama, deixando assim só a parte de comédia. Diretores e fãs estão tentando preservar a versão do diretor, daí a confusão.

Enquanto a confusão com "Fanboys" caminha para um fim Ernest Cline já emplaca mais um roteiro. Ele acaba de vender um "spec script"* para um próximo filme, por enquanto chamado de "Thundercade".
É sobre um junkie do videogame já crescido e enfrentando crise de meia idade que descobre que um garoto quebrou seu antigo recorde dos tempos de adolescência, ele se junta a mais dois amigos decididos a recuperar seu lugar na história dos videogames e a ganhar o maior campeonato de videojogos do momento, o Thundercade.


Agora fico imaginando como seria se esse tipo de história tivesse alguma chance aqui no Brasil:
- Um viciado em videogames utiliza sua habilidade nos jogos pra derrotar moralmente o chefe do tráfico local (isso se o traficante não morrer no processo) e conseguir uma vida melhor
- Um grupo de fãs de Star Wars do sertão nordestino juntam forças para realizar seu grande sonho, uma réplica de Tatooine em pleno sertão, acabando por inventar uma "fazenda de água" que funciona de verdade e salvam o povo local que agora não sofrerá com a seca.


E para aqueles que estão pensando em quem seria aquela bela garota que posa junto com os nerds na foto acima, aqui vai uma foto mais fácil de identificar (para deleite e fetiche dos fãs):




*spec script = é quando o roteiro é vendido pronto, em oposição a "optioned script" que é quando o estúdio contrata o roteirista (para um projeto em desenvolvimento) e paga pelo direito de comprar o roteiro quando este estiver pronto, o estúdio decide depois se vale a pena produzir o filme mas já garantiu seu direito de comprar o roteiro.

terça-feira, abril 08, 2008

Retorno dos seriados nos EUA

Este artigo é só pra iniciar o assunto antes de um post mais completo falando da volta dos episódios de House M.D. no Universal Channel.

Como muitos sabem a greve dos roteiristas da WGA mudou a agenda desta temporada.
Algumas séries estão retornando agora em abril, já outras só irão retornar no outono (do emisfério norte).

Não me ligo muito no calendário dos EUA, normalmente eu espero* pra assistir quando passa por aqui mesmo, mas a título de informação deixo a dica dos dias de retorno de vários seriados.

E aqui está o recorte-e-cole:
March 24: “CSI: Miami,” CBS.
March 30: “Cold Case,” CBS.
April 2: “CSI: New York,” “Criminal Minds,” CBS.
April 3: “My Name Is Earl,” NBC, “CSI,” “Without a Trace,” CBS.
April 4: “Ghost Whisperer,” “Numbers,” CBS.
April 7: “Samantha Who?,” ABC.
April 8: “Boston Legal,” ABC, “NCIS,” CBS.
April 10: “The Office,” “30 Rock,” “Scrubs,” “ER,” NBC.
April 11: “Moonlight,” CBS.
April 13: “Desperate Housewives,” ABC.
April 14: “Rules of Engagement,” CBS, “One Tree Hill,” CW, “Bones,” Fox.
April 15: “Law & Order: SVU,” NBC.
April 16: “Til Death” and “Back to You,” Fox.
April 17: “Smallville,” CW.
April 20: “Brothers and Sisters,” ABC.
April 21: “Gossip Girl,” CW.
April 22: “Reaper,” CW.
April 23: “Law & Order,” NBC, “The Game,” CW
April 24: “Grey’s Anatomy,” “Ugly Betty,” ABC, “Supernatural,” CW.
April 28: “House,” Fox.


* Como um típico telespectador de tv por assinatura brasileira eu pago e fico a mercê da boa vontade dos programadores dos canais decidirem o que entra e o que não entra na programação. Toda esta história de que o consumidor paga pelo que quer assistir (e a campanha pesada sobre liberdade na tv por assinatura que estão veiculando) é uma balela. O consumidor não tem poder de escolha algum. Se for ver que a Globo (tv aberta) está exibindo as temporadas de Lost (em um pacote só) com um ano de atraso é ridículo constatar que algumas séries na tv por assinatura também passam com um ano de atraso (sim, Scrubs é uma delas e isso é imperdoável).
Isso pra não falar sobre boas séries não estadunidenses como algumas inglesas e canadenses que nem chegam a passar por aqui. Tentarei retomar este assunto em um próximo tópico.

domingo, abril 06, 2008

Quando parar de escrever

Tenho dificuldade em saber quando começar a escrever.
As vezes fico fazendo rascunhos, escrevendo personagens, situações soltas, pedaços de escaleta (uma espécie de esqueleto de roteiro) para só colocar as palavras no roteiro quando a idéia (cena ou diálogo) já está quase totalmente pronta.

Pessoalmente acho que enrolo demais, gostaria de fazer roteiro de uma forma mais parecida com o jeito que fazia dissertações de vestibular.
Primeiro eu descobria o tema, separava uns cinco pontos principais e os organizava em uma ordem crescente de importância e se possível também numa ordem dramática, imaginava um começo e um fim e depois ia apenas tentando manter a coesão e a coerência enquanto escrevia.
Bom ou ruim (geralmente bom né, tenho que vender meu peixe) tudo acabava em menos de uma hora e ainda tinha uma certa tolerância pra correções de última hora no momento de passar a limpo.

Interessante foi descobrir um dia desses que outra grande questão aflige os escritores, "quando parar de escrever?"
Já havia sentido isso mas foi no blog do Alex Epstein que vi esta preocupação escrita pela primeira vez. O pior é que ele escreveu seu artigo em referência a um outro no blog do Ken Levine, que é um blog que eu normalmente leio, mas tinha deixado esse assunto passar.

Gostei do método do Alex Epstein, que vai escrevendo até não ter muita noção de quando começa a escrever besteira, com a experiência ele já sabe que isso acontece lá pela página 12 (para ele né, pra mim as besteiras começam beeeem mais cedo).
Mas existem métodos mais físicos, como o caso do roteirista que ficava comendo grãos de café cobertos com chocolate a medida em que ia escrevendo, quando suas mãos começavam a tremer demais era a hora de parar.

Pessoalmente eu costumo ir fazendo pesquisas no browser a medida em que escrevo, uma aba para um dicionário, uma aba para o Google, outra para a Wikipédia, várias outras para a Wikipédia, mas quando o número de abas de pornografia supera o de pesquisas isso indica que já é uma boa hora de parar.

E quando chega realmente a hora de parar o que se faz?
Salva-se o arquivo, levanta-se e vai embora? Impulsivo demais.
Dizem que Hemingway costumava parar no meio de uma sentença.
É um método bem interessante, assim cria-se um gancho para a imaginação no dia seguinte, dá a impressão de que o trabalho já está meio começado.

quarta-feira, abril 02, 2008

Concurso de roteiros onde todos são ganhadores

Retomando o assunto sobre vencedores de um artigo anterior, lhes apresento Script Frenzy, um concurso de roteiros onde todos que completarem 100 páginas até o final de Abril serão considerados vencedores.

Vi esta dica no blog do John August e ele não tinha maiores informações mas deixou a aberta a oportunidade para alguém que tenha participado do evento contar suas experiências.

Movido pela curiosidade fui até o site e dei uma olhada por cima, o prazo inicial era 01/04 e acaba no final de abril, as inscrições estão abertas.
O objetivo é completar 100 páginas de roteiro em trinta dias (28 se começar a partir de hoje), todos que completarem o objetivo são considerados vencedores e receberão um certificado.
São aceitos roteiros em línguas diferentes do inglês, eles afirmam inclusive que os roteiros não são lidos, apenas fazem contagem automatizada (por meio de softwares) do número de páginas.
Isso permite que alguém envie 100 páginas contendo a mesma palavra, mas a graça da coisa é participar direito da brincadeira, tentar escrever de verdade as 100 páginas e saber que ao redor do mundo centenas (ou milhares?) de pessoas também estarão quebrando a cabeça pra finalizar suas histórias.
Para alguns essa energia coletiva pode ser um bom estímulo.

Eu por exemplo, tenho dois projetos de longa metragens e fico enrolando pra colocar no papel, quem sabe isso me ajude a acabar pelo menos um deles.

Atualização (03/04):
Mais informações sobre o Script Frenzy, desta vez no blog da Jane Espenson.
E uma dica importante para os interessados em roteiro, mesmo que não se interessem por participar do projeto, com certeza vale a pena uma visita pela seção de dicas do site, contém muita informação, de formatação a estruturas narrativas e até mesmo pinceladas em como se manter motivado.